sexta-feira, 18 de abril de 2014

O porque da necessidade de tornar nosso folclore Patrimônio Cultural.

Nós, amantes e guardiões do folclore de Manaus devemos manter firme nosso objetivo.

Apresentação de Dança Folclórica (quadrilha) no festival de maior diversidade do norte do Brasil, o Festival Folclórico do Amazonas. Foto: Nonato Torres
 
O que estamos reivindicando?
O Patrimônio Cultural Intangível ou Imaterial compreende as expressões de vida e tradições que comunidades, grupos e indivíduos em todas as partes do mundo recebem de seus ancestrais e passam seus conhecimentos a seus descendentes.

Apesar de tentar manter um senso de identidade e continuidade, este patrimônio é particularmente vulnerável uma vez que está em constante mutação e multiplicação de seus portadores. Por esta razão, a comunidade internacional adotou a Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Intangível em 2003.
É amplamente reconhecida a importância de promover e proteger a memória e as manifestações culturais representadas, em todo o mundo, por monumentos, sítios históricos e paisagens culturais. Mas não só de aspectos físicos se constitui a cultura de um povo. Há muito mais, contido nas tradições, no folclore, nos saberes, nas línguas, nas festas e em diversos outros aspectos e manifestações, transmitidos oral ou gestualmente, recriados coletivamente e modificados ao longo do tempo. A essa porção intangível da herança cultural dos povos, dá-se o nome de patrimônio cultural imaterial.
Para muitas pessoas, especialmente as minorias étnicas e os povos indígenas, o patrimônio imaterial é uma fonte de identidade e carrega a sua própria história. A filosofia, os valores e formas de pensar refletidos nas línguas, tradições orais e diversas manifestações culturais constituem o fundamento da vida comunitária. Num mundo de crescentes interações globais, a revitalização de culturas tradicionais e populares assegura a sobrevivência da diversidade de culturas dentro de cada comunidade, contribuindo para o alcance de um mundo plural.
Ciente da importância dessa forma de patrimônio e da complexidade envolvida na definição dos seus limites e de sua proteção, a UNESCO vem, nos últimos vinte anos, se esforçando para criar e consolidar instrumentos e mecanismos que conduzam ao seu reconhecimento e defesa. Em 1989, a Organização estabeleceu a Recomendação sobre a Salvaguarda da Cultura Tradicional e Popular e vem, desde então, estimulando a sua aplicação ao redor do mundo. Esse instrumento legal fornece elementos para a identificação, a preservação e a continuidade dessa forma de patrimônio, assim como de sua disseminação.
De modo a estimular os governos, ONGs e as próprias comunidades locais a reconhecer, valorizar, identificar e preservar o seu patrimônio intangível, a UNESCO criou um título internacional, concedido a destacados espaços (locais onde são regularmente produzidas expressões culturais) e manifestações da cultura tradicional e popular. Assim, em 2003 e 2005, a Proclamação das Obras-Primas do Patrimônio Oral e Intangível da Humanidade selecionou, por meio de um júri internacional, espaços e expressões de excepcional importância, dentre candidaturas oferecidas pelos países.
Além das gravações, registros e arquivos, a UNESCO considera que uma das formas mais eficazes de preservar o patrimônio intangível é garantir que os portadores desse patrimônio possam continuar produzindo-o e transmitindo-o. Assim, a Organização estimula os países a criarem um sistema permanente de identificação de pessoas (artistas, artesãos etc.) que encarnam, no grau máximo, as habilidades e técnicas necessárias para a manifestação de certos aspectos da vida cultural de um povo e a manutenção de seu patrimônio cultural material.
Finalmente, em 2003, após uma série de esforços, que incluíram estudos técnicos e discussões internacionais com especialistas, juristas e membros dos governos, a UNESCO adotou a Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial. Essa convenção regula o tema do patrimônio cultural imaterial e, assim, complementa a Convenção do Patrimônio Mundial, de 1972, que cuida dos bens tangíveis, de modo a contemplar toda a herança cultural da humanidade.

Fonte:

sábado, 12 de abril de 2014

Festival Folclórico do Amazonas pode ser reconhecido como patrimônio cultural de natureza imaterial


Na última quinta-feira, 10, reunidos na quadra do GRES Andanças de Ciganos, os representantes de mais de 500 agremiações folclóricas anunciaram que estão realizando um abaixo-assinado para enviar ao governador José Melo, ao prefeito Artur Neto, ao presidente da ALE, deputado Josué Neto, e ao presidente da CMM, vereador Bosco Saraiva, solicitando que o Festival Folclórico do Amazonas seja reconhecido como patrimônio cultural de natureza imaterial do Amazonas e de Manaus.
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Os grupos folclóricos de Manaus reúnem mais de 80 mil pessoas. Nos diversos municípios amazonense existem mais de 3 mil grupos folclóricos, totalizando quase 200 mil pessoas envolvidas diretamente com essas manifestações culturais.
A exemplo de Manaus, os grupos folclóricos dos municípios também se ressentem de um maior apoio e incentivo dos órgãos públicos.
A ideia dos grupos de Manaus é que essa iniciativa seja replicada em cada município, como forma de valorizar e preservar a nossa autêntica cultura popular.

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Participaram da reunião, como representantes da classe política, o deputado Adjunto Afonso, o secretário municipal de Cultura, Bernardo Monteiro de Paula, e os vereadores Arlindo Jr., Rosivaldo Cordovil, Ednailson Rozenha e Terezinha Ruiz.
Os representantes das agremiações folclóricas não mediram palavras para denunciar o descaso com que vem sendo tratado o cinquentenário festival (que terá sua 58ª edição este ano), chegando ao cúmulo de, no ano passado, ter sido realizado em agosto. E apontaram o nome do principal culpado pelo atual estado de coisas: o matusalém secretário estadual de Cultura, Robério Braga, há 18 anos no cargo.
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“Esse cidadão [Robério Braga] não gosta de cultura popular. Ele quase acabou com o carnaval amazonense. Agora, ele está quase acabando com o Festival Folclórico do Amazonas”, avisou Ivo Moraes, sendo delirantemente aplaudido pela multidão presente no evento. “Ele gasta verdadeiras fortunas com festivais de ópera, cinema e jazz, mas tem um verdadeiro desprezo pelas nossas raízes culturais. Apesar de estar investido em um cargo público, esse cidadão {Robério Braga] se comporta como um senhor do engenho que quer manter os artistas locais confinados na senzala.”
O discurso de Ivo Moraes foi interrompido pelos gritos de “Fora, Robério! Fora, Robério!” entoado incessantemente pela multidão. Os representantes políticos não esconderam o constrangimento por aquela manifestação espontânea de quase 600 pessoas presentes na quadra dos Ciganos.
Durante seu discurso, Adelson Cavalcante, o “Adelson da Ciranda”, anunciou a presença na plateia do incansável Zé de Cima, que há 50 anos participa do Festival Folclórico do Amazonas e é considerado uma lenda viva entre os folcloristas. “Esse homem [Zé de Cima] merece respeito. Ele não pode ser tratado como um mendigo pedindo para apanhar as migalhas que caem no chão da mesa dos poderosos”, detonou, sendo bastante aplaudido.
Além do reconhecimento do Festival Folclórico do Amazonas como patrimônio cultural de natureza imaterial, Adelson quer que seja construída a Cidade do Folclore, com local fixo para apresentação dos grupos, galpões para confecção de fantasias e adereços, e um museu sobre o folclore do Amazonas permanente aberto para a visitação pública.
Histórico do Festival
O Festival Folclórico do Amazonas teve seu início em 21 de junho de 1957, no Campo do Quartel 27 B.C., Estádio General Osório, no centro histórico de Manaus, por iniciativa do jornalista Bianor Garcia.
Desde o início, o festival reuniu diversas danças folclóricas de bairros de Manaus, contribuindo para difundir a cultura popular do Amazonas, por meio dos bumbás Mina de Ouro, Corre Campo e Tira Prosa e pelas apresentações de cirandas, danças nordestinas, quadrilhas, danças regionais e tribos.
Até a década de 70, o festival era apresentado local hoje ocupado pelo Colégio Militar. Com a construção do colégio, em 1979, as organizações dos eventos procuraram um novo espaço para abrigar a festa. O festival passou a ser apresentado em diferentes lugares: Parque Amazonense, Estádio da Colina, Estádio Vivaldo Lima (Vivaldão).
Em 1979, com a fundação da Associação dos Grupos Folclóricos do Amazonas (AGFAM), com o presidente fundador Carlos Magno Duarte de Souza, a festa foi levada para a Praça Francisco Pereira da Silva, “Bola da Suframa”, com apoio da Secretaria de Estado de Cultura.
O novo local agradou a todos, pois possibilitou a manutenção das características originais do evento: a de um grande arraial, com barracas, parque de diversão e muitas outras atrações.
Depois disso, com a construção do Sambódromo, o festival ainda passou a ser realizado no local, na área denominada ferradura.  O evento voltou a ser apresentado na Bola da Suframa até que o governo de Amazonino Mendes optou por construir no local o Memorial da Amazônia. Na época da construção, o festival voltou a ser apresentado no Sambódromo.
Em 2003, no governo de Eduardo Braga, o Memorial da Amazônia foi adaptado e passou a receber o nome de Centro Cultural Povos da Amazônia. O Centro Cultural é dotado de uma grande arena medindo 60×90 m, arquibancadas para um público de 15 mil pessoas, banheiros amplos e fixos e a praça de alimentação.  O festival passou a ser apresentado na arena.
Patrimônio cultural
A Constituição Federal de 1988, em seus artigos 215 e 216, ampliou a noção de patrimônio cultural ao reconhecer a existência de bens culturais de natureza material e imaterial e, também, ao estabelece r outras formas de preservação – como o Registro e o Inventário – além do Tombamento, instituído pelo Decreto-Lei nº. 25, de 30/11/1937, que é adequado, principalmente, à proteção de edificações, paisagens e conjuntos históricos urbanos.
Os Bens Culturais de Natureza Imaterial dizem respeito àquelas práticas e domínios da vida social que se manifestam em saberes, ofícios e modos de fazer; celebrações; formas de expressão cênicas, plásticas, musicais ou lúdicas; e nos lugares (como mercados, feiras e santuários que abrigam práticas culturais coletivas).
Nesses artigos da Constituição, reconhece-se a inclusão, no patrimônio a ser preservado pelo Estado em parceria com a sociedade, dos bens culturais que sejam referências dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira.
O Patrimônio Cultural Imaterial é transmitido de geração a geração, constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função de seu ambiente, de sua interação com a natureza e de sua história, gerando um sentimento de identidade e continuidade, contribuindo para promover o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana.
É apropriado por indivíduos e grupos sociais como importantes elementos de sua identidade, mas isso o longevo secretário estadual de Cultura ainda não sabe…//(Simão Pessoa)

Fonte: Por -



sexta-feira, 11 de abril de 2014

Diretor-Presidente da Manauscult, Bernardo Monteiro de Paula, alerta associações folclóricas sobre edital

Manauscult alerta associações folclóricas sobre edital

A Prefeitura de Manaus publicará, até o final de abril, um edital com as regras para que os grupos participantes do Festival Folclórico do Amazonas, realizado anualmente, entre junho e julho, no Centro Cultural dos Povos da Amazônia, (CCPA), requeiram apoio da Prefeitura, por meio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult). A informação foi repassada pelo diretor-presidente da fundação, Bernardo Monteiro de Paula, em reunião, na noite desta quinta-feira, 10, com representantes das associações folclóricas.

Dentre as observações que constarão no edital, as associações terão um prazo de 120 dias após o término do festival folclórico para prestar contas dos gastos a Manauscult. Na reunião, o diretor-presidente do órgão determinou o próximo dia 15 de maio como prazo máximo para que as associações regularizem questões financeiras e documentais para receber o patrocínio do município. “Para que possamos ajudá-los é necessário que todos os grupos procurem a fundação para se legalizar. Reafirmo o compromisso dessa gestão em fomentar a cultura em nossa cidade, mas, para isso, devemos proceder dentro das normas legais”, explicou Monteiro de Paula. Além dos recursos, outras pautas foram discutidas na reunião. Em meio às propostas, representantes das associações solicitaram o tombamento do festival como Patrimônio Cultural e Imaterial, com data fixa de realização – sendo votado e definido a segunda quinzena de junho e a primeira de julho – totalizando 30 dias de festa, e maior investimento do município no fomento às manifestações folclóricas. Essas definições farão parte do Projeto de Lei proposta pelo vereador Arlindo Junior e que já tem subscrito pela maioria dos vereadores da Câmara Municipal de Manaus.
Apoio
Somente em 2013, a Prefeitura de Manaus, por meio da Manauscult, apoiou as apresentações no festival com um valor de R$ 4.527.849,07. “Esse dinheiro foi repassado às associações para que as mesmas pudessem realizar suas atividades. Também demos apoio em som, palco, iluminação e banheiros químicos. Existe sim um investimento em cultura e reafirmo o compromisso em mantê-lo, desde que seja feito da forma correta”, finalizou o diretor-presidente. 

Fonte: Portal da Prefeitura Municipal de Manaus
Assessoria de Comunicação e Imprensa da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult): 92 3215-3447