"Foi uma das maiores emoções da minha vida", entusiasmou-se Fábio
Sotero, presidente da Associação dos Maracatus Nação de Pernambuco
(Amanpe), quando soube que o Maracatu Nação recebeu do Instituto de
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) o título de Patrimônio
Cultural do Brasil. "Espero que o título traga mais respeito, apoio e
reconhecimento para essa manifestação cultural com mais de 200 anos de
existência", afirmou.
Com a
grande maioria dos grupos concentrada nas comunidades de bairros
periféricos da Região Metropolitana do Recife, o Maracatu Nação, também
conhecido como Maracatu de Baque Virado, é um conjunto musical
percussivo, que sai às ruas para desfiles e apresentações durante o
carnaval. "Acredito que, com o título, haverá maior reconhecimento e que
será mais fácil fazer requerimentos para o governo. O frevo, quando
ganhou título de Patrimônio Imaterial da Humanidade (em 2012), recebeu
imenso respeito... Espero que isso também aconteça com o Maracatu",
declarou o presidente da Amanpe.
Essa
forma de expressão musical não foi a única a conquistar a condição de
bem do Patrimônio Cultural do Brasil. Só neste ano, o Iphan registrou 19
bens nessa mesma categoria. Em dezembro, além do Maracatu Nação, o
Maracatu Baque Solto e o Cavalo-Marinho, de Pernambuco; a Tava, lugar de
referência para o povo Guarani, do Sítio São Miguel das Missões, no Rio
Grande do Sul; a Coleção Geyer, no Rio de Janeiro (RJ); o Acervo do
Museu de Artes e Ofícios de Belo Horizonte (MG); e o Terreiro Zogbodo
Male Bogun Seja, de Cachoeira (BA), passaram a integrar a lista.
Já em setembro de 2014, mereceram o título de Patrimônio Cultural
Brasileiro o Carimbó, do Pará; a Igreja São Judas Tadeu em Vargem (SC),
como integrante dos chamados Roteiros Nacionais de Imigração; seis
fortificações construídas entre os séculos XVII e XX, localizadas nos
municípios de Óbido (PA); Rosário (MA); Bonfim (RR), Corumbá e Ladário
(MS).
No início do ano, em maio,
o Conselho Consultivo do Iphan também aprovou mais registros: o da
Produção Tradicional e Práticas Socioculturais Associadas à Cajuína no
Piauí e os tombamentos de estabelecimentos das Fazendas Nacionais do
Piauí: Fábrica de Laticínios, em Campinas do Piauí, e Estabelecimento
Rural São Pedro de Alcântara, em Floriano.
Patrimônio Mundial
Mas
o grande destaque de 2014 foi mesmo da Roda de Capoeira. Essa
manifestação cultural recebeu, em novembro, da Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o título de
Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, após votação durante a 9ª
sessão do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio
Imaterial, em Paris.
Na
ocasião, a ministra interina da Cultura, Ana Cristina Wanzeler, afirmou
que o reconhecimento foi "uma conquista muito importante para a cultura
brasileira". Já a presidenta do Iphan, Jurema Machado, presente na
sessão do comitê na época, explicou que as políticas de patrimônio
imaterial não existem apenas para conferir títulos, mas para que os
governos assumam compromissos de preservação de seus bens culturais,
materiais e imateriais.
A
Roda de Capoeira veio somar-se a mais quatro bens que receberam da
Unesco o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade: Samba de
Roda no Recôncavo Baiano, Arte Kusiwa – Pintura Corporal e Arte Gráfica
Wajãpi (do Amapá), o Frevo (expressão artística do carnaval do Recife,
em Pernambuco), Círio de Nossa Senhora de Nazaré (de Belém do Pará).
Fonte: Assessoria de Comunicação do Ministério da Cultura
Com informações do IPHAN
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