terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Juca Ferreira é o novo ministro da Cultura.

  

O sociólogo Juca Ferreira será o ministro da Cultura no segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff. O anúncio foi feito nesta terça-feira (30/12) pela presidenta, em nota divulgada pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República. Ferreira assumirá pela segunda vez o comando da pasta. Ele exerceu o cargo de 28 de julho de 2008 a 31 de dezembro de 2010, após ser secretário-executivo do ministério durante a gestão de Gilberto Gil.
Ferreira, que atualmente é secretário de Cultura do Município de São Paulo, substituirá a arquiteta Ana Cristina Wanzeler, interina desde a saída da ex-ministra Marta Suplicy, em 12 de novembro deste ano. 
Em sua primeira gestão à frente do Ministério da Cultura, Ferreira trabalhou na construção de importantes projetos de lei, como o do Vale-Cultura e do ProCultura, na modernização do direito autoral e principalmente na criação do Programa Cultura Viva, que busca fomentar atividades culturais já existentes por meio dos Pontos de Cultura e das manifestações culturais da diversidade brasileira.

Biografia

Nascido em Salvador (BA), Ferreira atuou na militância estudantil, tendo sido eleito presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) em 1968. Não chegou a assumir o cargo, já que a eleição ocorreu no mesmo dia da instituição do AI-5. Atuou na resistência ao regime militar, o que lhe rendeu nove anos de exílio no Chile, na Suécia e na França. De volta ao Brasil, após a Anistia, trabalhou como assessor especial da Fundação Cultural do Estado da Bahia, onde desenvolveu diversos projetos ligados à área cultural.
Em 1981, iniciou militância na área ambiental. Em 1988, filiou-se ao Partido Verde (PV). Na década de 90, foi secretário de Meio Ambiente da cidade de Salvador e presidente da Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente. 
Foi eleito duas vezes vereador pela capital baiana, em 1993 e em 2000. Durante a segunda legislatura, em 2003, foi convidado por Gilberto Gil para assumir a Secretaria-Executiva do Ministério da Cultura, cargo que exerceu por cinco anos e meio. Com a saída de Gil, assumiu o ministério de julho de 2008 até o final do governo Lula.
 
 O sociólogo Juca Ferreira retorna ao Ministério da Cultura e substituirá a arquiteta Ana Wanzeler. Ferreira ocupava atualmente a secretaria de cultura da cidade de São Paulo. (Fotos de Pedro França e Cesar Ogata)

 

Nota oficial

Confira nota oficial publicada originalmente no site da Presidência da República:
A presidenta Dilma Rousseff anunciou hoje que o sociólogo Juca Ferreira será o novo ministro da Cultura.
A presidenta agradeceu a dedicação da ministra interina Ana Cristina da Cunha Wanzeler.
A posse do novo ministro será no dia 1º de janeiro.
 Fonte:
Assessoria de Comunicação
Ministério da Cultura

  

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Do Maracatu à Roda de Capoeira, um ano de conquistas do patrimônio cultural brasileiro.

"Foi uma das maiores emoções da minha vida", entusiasmou-se Fábio Sotero, presidente da Associação dos Maracatus Nação de Pernambuco (Amanpe), quando soube que o Maracatu Nação recebeu do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) o título de Patrimônio Cultural do Brasil. "Espero que o título traga mais respeito, apoio e reconhecimento para essa manifestação cultural com mais de 200 anos de existência", afirmou.
Com a grande maioria dos grupos concentrada nas comunidades de bairros periféricos da Região Metropolitana do Recife, o Maracatu Nação, também conhecido como Maracatu de Baque Virado, é um conjunto musical percussivo, que sai às ruas para desfiles e apresentações durante o carnaval. "Acredito que, com o título, haverá maior reconhecimento e que será mais fácil fazer requerimentos para o governo. O frevo, quando ganhou título de Patrimônio Imaterial da Humanidade (em 2012), recebeu imenso respeito... Espero que isso também aconteça com o Maracatu", declarou o presidente da Amanpe.
Essa forma de expressão musical não foi a única a conquistar a condição de bem do Patrimônio Cultural do Brasil. Só neste ano, o Iphan registrou 19 bens nessa mesma categoria. Em dezembro, além do Maracatu Nação, o Maracatu Baque Solto e o Cavalo-Marinho, de Pernambuco; a Tava, lugar de referência para o povo Guarani, do Sítio São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul; a Coleção Geyer, no Rio de Janeiro (RJ); o Acervo do Museu de Artes e Ofícios de Belo Horizonte (MG); e o Terreiro Zogbodo Male Bogun Seja, de Cachoeira (BA), passaram a integrar a lista.
Já em setembro de 2014, mereceram o título de Patrimônio Cultural Brasileiro o Carimbó, do Pará; a Igreja São Judas Tadeu em Vargem (SC), como integrante dos chamados Roteiros Nacionais de Imigração; seis fortificações construídas entre os séculos XVII e XX, localizadas nos municípios de Óbido (PA); Rosário (MA); Bonfim (RR), Corumbá e Ladário (MS).
No início do ano, em maio, o Conselho Consultivo do Iphan também aprovou mais registros: o da Produção Tradicional e Práticas Socioculturais Associadas à Cajuína no Piauí e os tombamentos de estabelecimentos das Fazendas Nacionais do Piauí: Fábrica de Laticínios, em Campinas do Piauí, e Estabelecimento Rural São Pedro de Alcântara, em Floriano.

Patrimônio Mundial

Mas o grande destaque de 2014 foi mesmo da Roda de Capoeira. Essa manifestação cultural recebeu, em novembro, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, após votação durante a 9ª sessão do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Imaterial, em Paris.
Na ocasião, a ministra interina da Cultura, Ana Cristina Wanzeler, afirmou que o reconhecimento foi "uma conquista muito importante para a cultura brasileira". Já a presidenta do Iphan, Jurema Machado, presente na sessão do comitê na época, explicou que as políticas de patrimônio imaterial não existem apenas para conferir títulos, mas para que os governos assumam compromissos de preservação de seus bens culturais, materiais e imateriais.
A Roda de Capoeira veio somar-se a mais quatro bens que receberam da Unesco o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade: Samba de Roda no Recôncavo Baiano, Arte Kusiwa – Pintura Corporal e Arte Gráfica Wajãpi (do Amapá), o Frevo (expressão artística do carnaval do Recife, em Pernambuco), Círio de Nossa Senhora de Nazaré (de Belém do Pará).

Fonte: Assessoria de Comunicação do Ministério da Cultura
            Com informações do IPHAN

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Robério Braga fora da SEC é a mudança mais esperada pela classe artística do AM.


                         Robério Braga caminha para 1/4 de século à frente da Secretaria de Cultura do Amazonas.
Robério Braga caminha para 1/4 de século à frente da Secretaria de Cultura do Amazonas. (Foto: Pávulo)

O realinhamento e fusões de secretarias do governo José Melo, estão sendo aguardadas com certa expectativa, mas nada é tão esperado, quanto um provável anúncio de mudança na Secretaria de Cultura do Estado (SEC). Hoje, é quase unanimidade, entre os artistas e gestores da cultura no Amazonas o desejo de ver o secretário Robério Braga fora da gestão da cultura do Estado.
Para muitos, Robério encruou no cargo e já está lá, a mais de 20 anos sem dar oportunidades à cultura regional. A Secretaria virou um departamento da Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural, CNPJ: 13.659.617/0001-65, um apêndice do órgão que financia artistas a juros e correções. A saída de Robério é vista por muitos, como necessária, sob pena de se perpetuar na instituição e, não promover as mudanças necessárias.
Sem mandato no próximo ano, o deputado Tony Medeiros (PSL) foi sugerido pela mídia como candidato capaz de fazer essas mudanças, resgatar a produção artística popular, cabocla, que, assim como ele, anseiam pelo arejamento da cultura do Estado.
Abordado nos corredores da Assembléia Legislativa do Estado (Aleam) nessa segunda feira (15), Tony foi enfático: “o cargo é do governador, eu sou um soldado do processo, posso ajudar em alguns setores da administração, mas esse não é o momento para falar sobre o assunto”. Ele, no entanto, esboçou o que o governador Melo pretende: a popularização da cultura e facilitando o acesso do povo à cultura do Estado.
De acordo com Tony esse é o projeto do governador. Mas na condição de artista, ele também anseia, a classe artística espera pela democratização e o acesso às políticas públicas mais direcionada à cultura popular.
Como artista o deputado garante que vai estar dentro deste movimento, fazer parte dele, porque vê nas intenções do Governador um momento importante para o crescimento e uma oportunidade real de avanços nas políticas públicas e culturais do Amazonas. Independente de quem for o próximo secretário, Tony espera que ele valorize a cultura popular do Estado. Tony acentuou, que existem vários nomes capazes de executar o que o governador tem como meta para a cultura. Um deles, o próprio Tony Medeiros, que já foi secretário de cultura do município em 2005, na gestão do prefeito Serafim Corrêa (PSB).
Numa eventual gestão estadual, ele contaria com muitos colegas artistas que, academicamente, apresentam todos os pré- requisitos necessários para desempenharem funções com competência. “A academia nós respalda com os fundamentos e, a vida nós respalda com a aprendizagem do dia a dia, então, eu sou um artista de fato e direito. De fato porque nasci artista e de direito porque a minha graduação é em arte educador”, explicou.
Tony e dezenas de outros artistas da terra anseiam por um novo momento na cultura do Amazonas e se colocam como coparticipantes desse processo de mudança. Ele promete defender a arte, como artista.

Correio da Amazônia

sábado, 6 de dezembro de 2014

PEC 421 defende descentralização de recursos públicos para a cultura

PEC421

A proposta de emenda constitucional (PEC) nº 421, em tramitação no Congresso Nacional, altera parte do texto da Constituição Federal no que se refere à determinação de aplicação mínima de recursos por parte da União, dos Estados, do Distrito Federal na preservação do patrimônio cultural brasileiro, bem como produção e difusão da cultura nacional.
A PEC de autoria da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) prevê repasse obrigatório na destinação orçamentária de 2% do orçamento federal, 1,5% do orçamento dos estados e do Distrito Federal e 1% do orçamento dos municípios para a cultura. Relatório da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) atribui às normas, cuja implementação gradual implicaria menor resistência por parte do Executivo, o avanço do texto, resultante da participação dos setores sociais e alternativo ao de outras três PECs com fins semelhantes, em tramitação na Câmara dos Deputados.
Leônidas Oliveira
Presidente da FMC, Leônidas Oliveira
Para o presidente da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte (FMC), Leônidas Oliveira, o escalonamento das porcentagens poderá facilitar a aplicação da lei pelas esferas governamentais e impulsionar a desconcentração de recursos. A aprovação da PEC 421 impulsionará a cultura, acredita ele, sobretudo, nos municípios e estados onde a destinação de recursos é mínima ou, até mesmo, inexistente. “Daí a importância fundamental da iniciativa, pois, se aprovada, será o maior fator de descentralização, proteção e fomento da cultura e do patrimônio cultural do país”, enfatiza. “Arrisco dizer que já temos planejamento, sabemos o que queremos, mas faltam recursos, falha gravemente acentuada no interior do país. Em suma, os órgãos públicos devem organizar seus sistemas de cultura, dentro deles já estão as demandas históricas que necessitam ser colocadas em prática. Nesse sentido, a aprovação da PEC garantirá sua efetivação prática”, completa o presidente da FMC.
Na capital mineira, a revisão do planejamento do orçamento – o Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) – reduz investimentos em cultura da ordem de 50%. A estimativa inicial era de R$ 643,6 milhões entre 2015 e 2017, mas, pela nova proposta, deve cair para R$ 292,1 milhões. A maior queda refere-se ao orçamento para 2015 que pode diminuir de R$ 213,6 milhões para R$ 95,9 milhões, com redução de 55%. Mesmo com o cenário crítico, Leônidas Oliveira garante que, uma vez a PEC aprovada, a FMC não terá problemas com a sua implementação: “Obviamente, estamos ainda longe de um cenário ideal, pois acreditamos que a cultura é a que une as outras ações para o desenvolvimento sustentável, é grande responsável pelo crescimento humano, econômico e social. Isso é um trabalho conjunto, participativo para onde todos, a meu ver, devemos caminhar”, pondera.
O diretor executivo da Agência do Polo Audiovisual da Zona da Mata de Minas Gerais, César Piva, avalia que a aprovação e implementação da PEC 421 fará com que o Estado Brasileiro assuma, efetivamente, papel central, republicano e democrático, de descentralização, desconcentração e regionalização de recursos públicos para a cultura em todo o território nacional, o que promoveria a diversidade cultural: “Isso seria efetivar o verbo com a verba, concretizar o discurso com recurso. Fazer ‘o verbo pegar delírio’, como queria nosso poeta Manuel de Barros”.
César Pisa
Diretor executivo da Agência do Polo Audiovisual da Zona da Mata de Minas Gerais, César Piva
diretor executivo da Agência do Polo Audiovisual da Zona da Mata de Minas Gerais,
Piva acredita que a descentralização dos recursos para estados e municípios abre novo momento de responsabilidade e compromisso com a promoção da diversidade cultural brasileira, que deverá associar-se à capacidade de implementação de sistemas municipais, intermunicipais e estaduais de cultura em todo país. A intenção é, assim, “viabilizar um novo e vigoroso momento onde a nossa diversidade cultural possa vir a ser a chave de um novo imaginário coletivo para o Brasil”.
Um dos caminhos para a implementação da PEC, defende, é a formação de uma plataforma política que interaja com a construção de consensos estruturadores, por meio de Conselhos Regionais de Inovação Social e Desenvolvimento Local. Para isso, “esses conselhos deveriam envolver diversos setores – cultura, educação, saúde, transporte, habitação, agricultura, etc. – na implementação de planos municipais e intermunicipais de desenvolvimento”.
O setor precisa superar o “discurso da carência”, ainda segundo Piva. “É legítimo, autêntico, mas limitado, não sai do lugar. Assumir outra postura, protagonista e inovadora, ao entender e valorizar mais as suas potências (não só suas carências) e alinhá-las com as exigências do mundo contemporâneo. Se conseguir fazer isso, não tenho dúvida, será ouvido, respeitado e reconhecido como ator importante e central. Assim como no país, em nosso estado, o desafio seria viabilizar novas práticas de ações regionalizadas, implementadas e conectadas por meio de redes de cooperação e plataformas digitais”.
Fonte: Observatório da Diversidade Cultura

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Folguedos pernambucanos podem se tornar patrimônio cultural

Conselho consultivo vai avaliar registro do Maracatu Nação, do Maracatu Rural e do Cavalo Marinho



Folguedos tipicamente pernambucanos vão ser avaliados, nos dias 3 e 4 de dezembro, 
pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural.
Foto: Reprodução

Brasília - Um espetáculo repleto de simbologias e marcado pela riqueza estética e pela musicalidade. Assim podem ser traduzidas as apresentações de grupos de maracatu e de cavalo-marinho em todo o País.
Folguedos tipicamente pernambucanos vão ser avaliados, nos dias 3 e 4 de dezembro, pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, em Brasília. São eles: Maracatu Nação, do Maracatu Rural e do Cavalo Marinho.
Maracatu Nação
Também conhecido como Maracatu de Baque Virado, com a grande maioria dos grupos concentrada nas comunidades de bairros periféricos da Região Metropolitana de Recife, o Maracatu Nação é uma forma de expressão que apresenta um conjunto musical percussivo a um cortejo real, que sai às ruas para desfiles e apresentações durante o carnaval.
No cortejo estão personagens que acompanham a corte real, como o séquito do rei e da rainha do Maracatu Nação e outras figuras, entre elas as baianas, os orixás, as calungas – bonecas negras confeccionadas com madeira ou pano - consideradas ícone do fundamento religioso e marco identitário dos maracatus nação.
O grande valor do Maracatu Nação está em sua capacidade de comunicar temporalidades, espacialidades, identidades e elementos da cultura brasileira tão diversa.
Os grupos são compostos majoritariamente por negros e negras e carrega elementos essenciais para a memória, a identidade e a formação da população afro-brasileira. É entendido como uma forma de expressão que congrega relações comunitárias, compartilhamento de práticas, memória e fortes vínculos com o sagrado, evidenciadas por meio da relação desses grupos com os xangôs e jurema sagrada. Os maracatus nação ainda podem remontar às antigas coroações de reis e rainhas congo.
Maracatu Rural
O folguedo conhecido por maracatu de baque solto, maracatu de orquestra, maracatu de trombone, maracatu de baque singelo ou Maracatu Rural ocorre durante as comemorações do Carnaval e da Páscoa.
É composto por dança, música, poesia e está associado ao ciclo canavieiro da Zona da Mata Norte de Pernambuco, também apresentações na Região Metropolitana do Recife e outras localidades.
Os mais antigos maracatus foram fundados em engenhos por trabalhadores rurais, trabalhadores do canavial, cortadores de cana-de-açúcar, entre o fim do século XIX e início do XX.
Esta herança imaterial é revelada em gestos, performances, nos pantins de caboclos e dos arreiamás, na dança das baianas, nas loas dos mestres, nas indumentárias vestidas pelos folgazões.
Diferente do maracatu nação, o maracatu rural é um resultado da fusão de manifestações populares.
A singularidade do Maracatu Rural se expressa tanto através da sua musicalidade, um tipo de batuque ou baque solto, como por seus movimentos coreográficos e indumentária dos personagens e pela riqueza de seus versos de improviso.
O aspecto sagrado/religioso/ritualístico é presente no folguedo durante todo o ano, durante os ensaios e sambadas, dando à manifestação a característica de ser o segredo do brinquedo, tão caro a seus detentores.
O Cavalo-Marinho
Uma brincadeira popular envolvendo performances dramáticas, musicais e coreográficas é o que caracteriza o Cavalo-Marinho, apresentado durante o ciclo natalino. Seus brincadores são, em geral, trabalhadores da zona rural, mas também ecoa na região metropolitana de Recife e de João Pessoa (PB), além de vários outros territórios do País.
Durante a apresentação, são representadas as cenas do cotidiano e do mundo do trabalho rural, com variado repertório musical, poesia, rituais, danças, linguagem corporal, personagens mascarados e bichos, como o boi e o cavalo (que dá nome à brincadeira).
No Cavalo-Marinho, constroem-se constantemente novas identidades em cima da tradição. Existem diferentes formas de brincar, o que imprime neste bem cultural uma constante transformação em função do partir do variado diálogo com brincadores.
O valor patrimonial do Cavalo-Marinho reside na sua capacidade de comunicar temporalidades, espacialidades, identidades e elementos da cultura brasileira.
Pautas
A 77ª reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio também analisará registro como Patrimônio Cultural da Tava Miri dos M’bya Guaranis, do Sitio São Miguel das Missões no Rio Grande do Sul. Também poderão ser tombados a Coleção Geyer, do Museu Imperial de Petrópolis (RJ), o Acervo do Museu de Artes e Ofícios de Belo Horizonte (MG) e o Terreiro Zogbodo Male Bogun Seja Unde, de Cachoeira (BA)
Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural
O Conselho, que avalia os processos de tombamento e registro, é formado por especialistas de diversas áreas, como cultura, turismo, arquitetura e arqueologia.
Ao todo, são 23 conselheiros que representam instituições como o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos), a Sociedade de Arqueologia Brasileira (SAB), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Ministério da Educação, o Ministério das Cidades, o Ministério do Turismo, o Instituto Brasileiro dos Museus (Ibram), a Associação Brasileira de Antropologia (ABA) e mais 13 representantes da sociedade civil, com conhecimento nos campos de atuação do Iphan.

Fonte: