quinta-feira, 12 de março de 2015

SAMSUNG SE LIGOU DE VEZ NA CULTURA

Após vários anos distribuindo verba em projetos de terceiros, empresa coloca-se entre os grande patrocinadores e encontra um nicho consistente para se apoiar.


Dos modestos 4.775,00 reais aplicados em 2008 em projeto sociocultural denominado Meninos do Morumbi, a gigante coreana que produz objetos de desejo para aqueles que não vivem semsmartphone ou tablet, o que hoje abrange quase todos os humanos, resolveu fazer da cultura um trampolim para chegar mais perto do coração dos brasileiros. E esse salto envolveu a aplicação de R$ 17,9 milhões em 2013, o que elevou a empresa da posição 211 entre os maiores patrocinadores de 2012, para o 10º lugar, acima, inclusive, da Petrobras.
Foi uma mudança e tanto. Até 2012 o número de projetos apoiados pela Samsung anualmente chegou a no máximo três (2010) e um pico de R$ 1,6 milhão em patrocínio. Nos outros anos, exceto 2008, a empresa apoiou anualmente dois projetos, com média de investimento entre R$ 800 e R$ 1,3 milhão. Entre essas ações estavam projetos diversos como Planos de Atividades do MASP, grupo Stomp de dança, musical Cats, o Sonar (artes integradas), exposição de fotografia, música instrumental. Já em 2013 a empresa liberou o caixa: foram 18 projetos patrocinados, quase R$ 18 milhões aplicados.
Na apresentação de Gilberto Gil, público emocionou 
Paula Campanari.

Das 18 ações beneficiadas naquele ano, nove foram de exposição de artes, inclusive Masp, MAM, Bienal, Museu da Língua Portuguesa, Pinacoteca, Museu do Futebol, além de algumas que envolveram música erudita e instrumental, o que indicou diversificação mas não planejamento específico de uma política de patrocínio.
Em 2014 o cenário mostra-se diferente. Até outubro a Samsung já utilizou pouco mais de R$ 6 milhões em ações incentivadas, só que desta vez em dois projetos próprios, ligados a música – o Mostra Blues SP e o Samsung E-Festival. No primeiro ela aplicou R$ 1 milhão; no segundo, R$ 3,5 milhões. Houve um terceiro no qual ela apenas patrocinou (R$ 1,5 milhão), que foi a Exposição de Artes denominada Made by...Feitos por brasileiros, mostra que reunirá cerca de 100 artistas, brasileiros e internacionais, selecionados entre os mais importantes da atualidade no contexto mundial, muitos dos quais criarão obras especialmente para esta ocasião.
Essa mudança de postura da empresa foi confirmada pela gerente de marketing corporativo, Paola Campanari, que em entrevista publicada nessa mesma edição mostra qual é a relação da Samsung com a cultura e porque ela abriu o cofre para apoiar projetos. No final, mais do que incentivo fiscal, tudo tem a ver emoção.
E foi emocionada com o comportamento do público que ela se referiu ao evento de encerramento do E-Festival, no Parque do Ibirapuera (SP) em setembro passado com um show de Gilberto Gil. “Nunca vi tanta criança em frente ao palco. Foi impressionante. E foi muito legal ver que pessoas que estavam lá desde o meio-dia, gente que levou champagne, muitas famílias. Foi impressionante mesmo”.
Samsung E-Festival – Revelando Talentos foi um concurso via web que visou identificar novos talentos da música brasileira, que foram vencidos pela banda gaúcha General Bonimores e a guitarrista Lari Basílio. Tudo feito através de uma plataforma exclusiva onde qualquer um podia dar seu voto.
 “Lançamos não apenas produtos, fazemos produtos que lançam pessoas. A Samsung não é exclusivamente uma empresa de tecnologia. Somos uma plataforma de lançamento, que ajuda pessoas a realizarem seus sonhos, paixões e seus potenciais”, disse Mario Laffiitte, vice-presidente de Assuntos Institucionais da Samsung para América Latina. Sustenta ainda que o Samsung E-Festival chegou para dar continuidade à plataforma de incentivo à cultura da empresa e está conectado ao propósito da marca.
Parece que a Samsung encontrou o seu caminho na área do patrocínio e ele passa pela música. Para quem produz o que produz, nada mais natural.

Fonte: Revista Marketing Cultural online


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