quarta-feira, 12 de março de 2014

Cerca de 70 dançarinos protagonizam cênicas desafiadoras nas festas de boi-bumbá.

Acrobacias e cênica: grupo Wãnkõ Kaçaueré inova na dança regional.

MANAUS - A dança é uma das principais artes da humanidade. Na região Norte, o 'dois pra lá, dois pra cá' dos bumbás de Parintins (distante a 365 quilômetros da capital) reina no gosto dos amazonenses. Os passos firmes e a delicadeza dos movimentos corporais misturam-se nas apresentações das toadas. O 'Wãnkõ Kaçaueré' criado pelos dançarinos Fabiano Alencar e Henry Carlos é destaque nas festas típicas da cidade. Em entrevista exclusiva ao Portal Amazônia, eles falaram sobre as coreografias desafiadoras, um dos diferenciais do grupo.

 

Criado em 2011, o grupo tem como líderes os dançarinos Fabiano e Henry. Da língua indígena, as palavras  Wãnkõ Kaçaueré significam ‘aranhas guerreiras do sol’. "Já atuava na dança há 15 anos, então tive curiosidade de trabalhar com outras cabeças. Convidei o Henry Carlos e colocamos a ideia em prática. O primeiro passo foi descobrir um nome para a equipe, entramos na Internet e começamos a buscar referencias indígenas", disse Alencar.
Atualmente, cerca de 70 pessoas integram o grupo, mas o início foi difícil. Com o passar dos tempos novos dançarinos entraram para o grupo e oportunidades apareceram. "Quando o 'Wãnkõ' nasceu, eram apenas 11 meninas que executavam as coreografias. A família começou a multiplicar e passamos a dançar em eventos oficiais da cidade", explicou Fabiano.

O grupo é conhecido pelas coreografias repletas de saltos e giros no ar. Entre as coreografias consagradas estão os movimentos batizados de 'parafuso', 'helicóptero' e 'pêndulo'. Algumas pessoas se impressionam, outras criticam. Fabiano acredita que alguns comentários precisam de mais fundamento. "Trabalhamos em cima da toada, porém alguns comentam que índio não voa. É necessário entender a música, por exemplo, se a mesma falar sobre um voo de gavião, então o dançarino representa esse personagem", explicou.

Participação
A faixa etária dos dançarinos é outro diferencial. Crianças, jovens, adultos e até mesmo senhores dividem a paixão pela dança. "Existem crianças de oito anos que são acompanhadas pelos pais, também pedimos autorização judicial para eles participarem das apresentações. Abrimos espaço também para pessoas com 50 anos. Os interessados não precisam fazer teste. Eles são adaptados no grupo durante os ensaios. Sobre a segurança dos dançarinos, as festas de toadas são tranquilas e a família amazonense gosta de participar", afirmou Henry Carlos.
Os ensaios do 'Wãnkõ Kaçauere' acontecem aos finais de semana no Centro Social Urbano do Parque 10 (CSU), localizado no bairro de nome homônimo. O contato para shows e apresentações pode ser feito pelo telefone (92) 9480-9595.

 Fonte:

Arte
10/03/2014
16h47
por Diego Oliveira - jornalismo@portalamazonia.com


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