terça-feira, 31 de março de 2015

SEC lança resultado do Proarte

Um total de 60 grupos artísticos e três personalidades de Manaus e de municípios do interior que desenvolvem ações que enaltecem a diversidade cultural no Amazonas foram selecionados pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura, com um patrocínio de R$ 630 mil para a realização de projetos ligados à arte afrodescedente, indígena e regional. 



O patrocínio é referente ao Edital de Diversidade Cultural / PROARTE 2013/2014, que disponibilizou um total de R$ 900 mil e vai contemplar projetos artísticos de diversos municípios além de Manaus, como Parintins, Maués, São Gabriel da Cachoeira e Carauari.
“A história do povo amazônico está diretamente ligada às expressões artísticas desenvolvidas por esses artistas, principalmente os do interior. Essas expressões culturais marcam a formação cultural dessa região e merece ser conhecida por toda a população”, afirmou o governador do Amazonas, José Melo.
Os projetos contemplados representam fatos históricos e culturais do Amazonas como seus valores étnicos, o universo sociocultural de povos indígenas, exposições e mostras de capoeira, além da história das primeiras religiões de matrizes africanas que chegaram no Amazonas, estudos sobre os rituais religiosos da Umbanda, dentre outros.
De acordo com o secretário de Estado de Cultura, Robério Braga, os projetos selecionados passaram por uma minuciosa avaliação feita por especialistas em diversidade cultural e por técnicos da própria Secretaria. “Ao todo, 89 projetos de artistas de vários municípios amazonenses foram inscritos, o que comprova a riqueza cultural desse povo. Por intermédio do edital publicado, serão realizadas exposições, apresentações artísticas, pesquisas, rodas de capoeira, dentre outras atividades”, afirmou. Dentre os contemplados estão artistas até de São Gabriel da Cachoeira (a 852 quilômetros da capital).
Todos os selecionados serão contatados pela Secretaria de Estado de Cultura e terão que encaminhar os documentos solicitados para o recebimento da verba de patrocínio. A entrega desses documentos deverá acontecer no Edifício Rio Solimões, Assessoria de Planejamento, que fica na sede da Secretaria, na avenida Sete de Setembro, nº 1546, no Centro. Maiores informações podem ser obtidas através do telefone 3633-1888, em horário comercial.

CONSULTA PÚBLICA
Além de divulgar o resultado dos projetos selecionados para o desenvolvimento de projetos de diversidade cultura do Proarte 2013/2014, a Secretaria de Estado de Cultura lançou, nesta sexta-feira (27), consulta pública para a elaboração de três novos editais. São eles o de Utilização Pública das unidades culturais administradas pelo Estado; locação de espaços no Centro Cultural Povos da Amazônia, Centro Cultural Usina Chaminé, Teatro da Instalação e Praça Antônio Bittencourt e o Edital de Chamamento para Credenciamento de Shopping Centers interessados em apresentar em seus espaços atividades artísticas promovidas pelo Governo do Estado.
Segundo o secretário de Estado de Cultura, Robério Braga, a iniciativa de criar a consulta pública é para que haja uma maior participação na realização dos projetos culturais desenvolvidas pelo Estado. “Através dessas consultas, os interessados poderão enviar suas sugestões diretamente para a Secretaria de Estado de Cultura, que vai avaliar todas elas e, a partir disso, elaborar o edital que atenda o público da melhor maneira”, afirmou.
Após o término do prazo para o envio dessas sugestões, técnicos da Secretaria de Estado de Cultura e da Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural farão uma triagem para inclui-las nos editais e só então publicá-los.
O primeiro edital em questão se refere à utilização dos 16 espaços coordenados pela Secretaria de Estado de Cultura, que poderão receber atividades culturais sem fins lucrativos. As sugestões devem ser enviadas até o dia 10 de abril para o endereço eletrônico: pauta.sec@culturamazonas.am.gov.br.
Outro edital disponível para consulta pública é o que se refere aos shoppings centers interessados em receber atividades artísticas, promovidas pela Secretaria, como apresentação de espetáculos teatrais, de dança, exibições e mostras de artes visuais, apresentações circenses, dentre outros. As sugestões também devem ser enviadas até o dia 10 de abril para o e-mail  cleiaviana@culturamazonas.am.gov.br.
O último edital para consulta pública diz respeito à locação para a realização de atividades comerciais de cafeteria, banca de sebo e restaurantes dos seguintes espaços: Centro Cultural Povos da Amazônia, Centro Cultural Usina Chaminé, Teatro da Instalação e Praça Antônio Bittencourt. As sugestões devem ser enviadas para o e-mail: marketing@agenciacultural.org.br também até o dia 10 de abril.
Para mais informações sobre outras ações, projetos e atividades desenvolvidas pela Secretaria de Estado de Cultura, acesse facebook.com/culturadoamazonas e no Portal da Cultura www.cultura.am.gov.br.



Resultado dos Projetos do PROARTE 2013 para a área de Diversidade Cultural, por ordem de classificação.
ÁREA – DIVERSIDADE CULTURAL

MÓDULO A -CULTURAS INDÍGENAS PRÊMIO GABRIEL GENTIL R$ 10.000,00 PARA CADA PROJETO

1° MIGUEL SAMPAIO LANA
MINHA FAMÍLIA DESSANA É MINHA HISTÓRIA
MANAUS

2° COMUNIDADE WOTCHIMAÜCÜ
MALOCA WOTCHIMAÜCÜ
MANAUS

3° ASSOCIAÇÃO ALDEIA I'APYREHYT DO POVO SATERÉ-MAWÉ
FILHOS DO WARANÃ: CONSTRUINDO E PRESERVANDO VALORES ÉTNICOS E CULTURAIS
MANAUS

4° WILLIAM NAZARÉ GUIMARÃES GAMA
AGENDA CULTURAL UAKTI
MANAUS

5° DIEGO JANATA PINHEIRO PEREIRA
ALDEIAS URBANAS: POVO TIKUNA WOTCHIMAÜCÜ
MANAUS

6º ISMAEL PEDROSA MOREIRA
COSMOLOGIA, CONTO, LENDA, MITO E HISTÓRIA EM SÃO GABRIEL DA CACHOEIRA - O MUNDO DOS PAMULIN MAHSÃ - A PARTIR DA CULTURA TARIANA
SÃO GABRIEL DA CACHOEIRA

7º JOSÉ CARDOSO ANDRADE
LADAINHAS E GAMBÁS DO MESTRE BEBÉ BAHIANO
MAUÉS

8º ADENILDO VIEIRA DE SOUZA
O UNIVERSO SOCIOCULTURAL DOS JOGOS E BRINCADEIRAS DO POVO KOKAMA
MANAUS

9º HUMBERTO DE SOUZA
MESTRE HUMBERTO DO TAMBORINHO
MAUÉS

10º ERLAN MORAES DE SOUZA
ÍNDIOS E MISSIONÁRIOS NO ALTO RIO NEGRO
MANAUS

11º FRANCILENE DOS SANTOS PEREIRA MULULO
APOEMA - AQUELE QUE VÊ LONGE
MANAUS

MÓDULO B - CULTURAS AFRODESCENDENTES PRÊMIO MESTRE VERMELHO BOXEL R$ 10.000,00 PARA CADA PROJETO

1º GIRLANDE PEREIRA SARAIVA
GRUPO TAMBOR DE CRIOULA PUNGA BARÉ
MANAUS

2º GRUPO MATUMBÉ CAPOEIRA
CANZOÁ DE BAMBA
MANAUS

3º VITOR HERMÍNIO CASTRO
OFICINA CULTURAL DE TAMBOR DE CRIOULA E BUMBA-MEU-BOI
MANAUS

4º JARDÉSIO TRINDADE GOMES ELIAS
A CULTURA QUE TRANCENDE
MANAUS

5º LUIS CARLOS DE MATOS BONATES
BERIMBAU MANDOU CONTAR: VISIBILIDADE DA CAPOEIRAGEM EM JORNAIS DO AMAZONAS NO PERÍODO DE 1980 A 2000
MANAUS

6º MAGNILSON MARTINS DA ROCHA
CULTURA DO POVO E DIVERSIDADE
CARAUARI

7º CRISTIANE GARCIA PEREIRA
V FESTA DA IÚNA MANDINGUEIRA
MANAUS

8º FELIPE MONTEIRO BONATES
EXPOSIÇÃO MEMÓRIA DA CAPOEIRA NO AMAZONAS
MANAUS

9º DANIEL SOUZA ALVES
VERMELHO BOXEL: PARA O MELHOR CAPOEIRA EU SOU O CÃO
MANAUS

10º SUSANA CLÁUDIA DE FREITAS
HISTÓRIAS DA CAPOEIRA DO AMAZONAS: MESTRE KK BONATES
MANAUS

11º ASSOCIAÇÃO QUILOMBO DE CAPOEIRA
PROJETO III ENCONTRO NORTE-NORDESTE DE CAPOEIRA
MANAUS

12º ERICK RODRIGO LIRA ALVES
FRUTOS DA GUERRA
MANAUS

13º GUNTER SIMÕES DE ANDRADE
INTERCÂMBIO CULTURAL DA VALORIZAÇÃO DA CAPOEIRA ANGOLA DO AMAZONAS
MANAUS

14º FRANCINEY DA SILVA NASCIMENTO
CONSTRUÇÃO DE BARRACÃO
MANAUS

15º RAIMUNDA NONATA IPIXUNA MORAES
CONSTRUIR NOSSO AMBIENTE CULTURAL PARA MELHOR SERVIR
MANAUS

16º MARLON SEABRA PERES
UM ESTUDO SOBRE PRIMEIROS JOGOS DA RELIGIÃO DE MATRIZ AFRICANA EM MANAUS E SUAS RESISTÊNCIAS
MANAUS

17º RICARDO ANTÔNIO COLLYER FERREIRA LIMA
GINGANDO NA EDUCAÇÃO DOS JOVENS
MANAUS

18º MURIELL GONÇALVES DA SILVA
"IJO LÊ" - DANÇAS DE MATRIZES NEGRA EM MANAUS
MANAUS

19º MARIA EMÍLIA DE SOUZA BORGES
RONCÓ: PREPARAÇÃO DE UM ESPAÇO SAGRADO
MANAUS

20º MARCIA FERNANDES DA SILVA
FESTA E CELEBRAÇÃO DOS ERÊS DE CANDOMBLÉ E SÃO COSME E DAMIÃOSINCRÉTICA NA UMBANDA
MANAUS

21º FRANCISCO ALEXANDRE DE SOUZA BORGES
INTERCÂMBIO CULTURAL: UMA TROCA DE EXPERIÊNCIA
MANAUS

22º RENATO DOS SANTOS MEIRELES
CAPOEIRA NA ESCOLA
MANAUS

23º MARIA APARECIDA DA CRUZ TRINDADE
MINAS NA ARTE DA RIMA
MANAUS

24º JOSÉ EUCIMAR DE MOURA
UM ESTUDO SOBRE ERVAS USADAS NOS RITUAIS RELIGIOSOS DE UMBANDA
MANAUS

25º INEZ DE AGUIAR DOURADO
AMPLIAÇÃO DO TERREIRO
MANAUS

26º ALESSANY DA SILVA NEGREIROS
FEIJOADA CULTURAL DA CIDADE: CONSCIÊNCIA DE UM POVO
MANAUS

27º CARLOS PEREIRA LIMA
TERREIRO DE MINA JÊJE NANGÔ, CONSTRUÇÃO E AMPLIAÇÃO DE TERREIROS
MANAUS

28º MARIA DO PERPÉTUO SOCORRO DE MELO PRINTES
CENTRO ESPÍRITA DE UMBANDA MESTRE ALÍCIO
MANAUS

MÓDULO C - CULTURAS POPULARES PRÊMIO IRMÃOS CARDOSO R$ 10.000,00 PARA CADA PROJETO

1º ANDRÉ VARELA TAVEIRA
SABERES DOS MESTRES
MANAUS

2º ANA CLÉIA NERI ALVES
SAMBADOR SOU EU
MANAUS

3º MARIA GRACIETE DOS SANTOS BATISTA
GRUPO DE ARTESÃOS E ARTESÃS UNIDOS PARA VENCER
MAUÉS

4º ASSOCIAÇÃO COMPANHIA VITÓRIA RÉGIA
NÓS SOMOS DA MESMA ALDEIA
MANAUS

5º SINDICATO DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS RURAIS DO CAREIRO, MANAUS E IRANDUBA
FESTIVAL DA JUVENTUDE RURAL
MANAUS

6º ASSEPAM - ASSOCIAÇÃO DOS ESTUDANTES E PROFISSIONAIS EM AGROECOLOGIA
MOSTRA DOC DE AGRICULTURA E GASTRONOMIA (CULINÁRIA) E OFICINA DE PERMACULTURA COM ÊNFASE NAS PANC's - PLANTAS ALIMENTÍCIAS NÃO CONVENCIONAIS
MANAUS


BASÍLIO JOSÉ TENÓRIO DE SOUZA
REABILITAÇÃO DA POÉTICA DAS PASTORINHAS NATALINAS EM PARINTINS E SEU ENTORNO
PARINTINS

8º MARIA RENEIDA PEREIRA
SABERES LOCAIS: TRANSMISSÃO DE CONHECIMENTOS SOBRE ERVAS MEDICINAIS NA COMUNIDADE RURAL RUMO CERTO
PRESIDENTE FIGUEIREDO

9º MARCOS DA SILVA AZEVEDO
FACE
PARINTINS

10º ASSIS RODRIGUES FERNANDES
OFICINA DE MONTAGEM DE INSTRUMENTOS MUSICAIS TRADICIONAIS
MAUÉS

11º CENTRO DE DESENVOLVIMENTO CULTURAL NOVA CONQUISTA
PASTORINHAS FILHAS DE JUDÁ CULTURA E TRADIÇÃO
BARREIRINHA

12º RAIMUNDO NONATO NEGRÃO TORRES
REGISTRO HISTÓRICO DO FESTIVAL FOLCLÓRICO DO AMAZONAS
MANAUS

13º LEOPOLDO VIANA CARVALHO
PEQUENO MESTRE
BARREIRINHA

14º JÚLIO CÉSAR LIMA
FATOS E IMAGENS DAS FESTAS DE MASTROS E SEUS REZADORES
MANAUS

15º SOCORRO DE SOUZA BATALHA
FESTIVAL FOLCLÓRICO DE PARINTINS: UM ESTUDO SOBRE O PROCESSO DE CRIAÇÃO DA DANÇA NO BOI GARANTIDO/PARINTINS-AM
PARINTINS

16º ASSOCIAÇÃO REGIONAL LINDOLFO MONTEVERDE
CANTANDO PARA ETERNIZAR MINHA NAÇÃO
PARINTINS

17º EDINALDO REIS DE SOUZA
ESPIA PARENTE
MANAUS

18º MARIA ORNY FERREIRA DE MIRANDA
DIVERSAS FORMAS DE CERÂMICAS
MANAUS

19º HELENA ONDINA ALMEIDA DA SILVA
O TEATRO NA PRESERVAÇÃO DO PEIXE-BOI
MANAUS

20º EVAILSON OLIVEIRA INOMATA
DIFUNDIR E FOMENTAR O CONHECIMENTO ARTÍSTICO E CULTURAL NOS JOVENS E ADOLESCENTES DE PARINTINS QUE APRESENTAM CERTA HABILIDADE ARTÍSTICA E ESTÃO EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIAL
PARINTINS

21º ELIANO FERNANDES DE MORAES
PROJETO CULTURAL BANDA SAPECA
MAUÉS

PRÊMIOS MESTRES HOMENAGEADOS NO EDITAL

PRÊMIO GABRIEL GENTIL
R$ 10.000,00

PRÊMIO MESTRE VERMELHO BOXEL
R$ 10.000,00

PRÊMIO IRMÃOS CARDOSO
R$ 10.000,00



Fonte:
Jornal do Commercio

Cultura Viva agora é Lei!

Os Pontos de Cultura, uma das políticas de maior amplitude e visibilidade do Ministério da Cultura (MinC), que atinge cerca de 8 milhões de pessoas em suas ações em todo Brasil, têm agora sua lei própria: a Lei Cultura Viva. Para a comemoração desse momento histórico para a cultura brasileira, a Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural (SCDC) convida para o lançamento da Lei Cultura Viva nos dias 6, 7 e 8 de abril, em Brasília.
A programação inclui encontros temáticos, debates, reuniões, oficinas e conferência envolvendo representantes de Pontos de Cultura, gestores estaduais e municipais do Cultura Viva, povos indígenas, quilombolas, juventude periférica, comunidades tradicionais de matriz africana, redes, coletivos e movimentos culturais. No dia 8 de abril, a cerimônia de lançamento da Lei Cultura Viva contará com a presença do ministro da Cultura, Juca Ferreira.
A Lei Cultura Viva é o resultado de um intenso processo de participação social, que envolveu os Pontos de Cultura, parlamentares, gestores estaduais e municipais, universidades e órgãos de controle.
O Cadastro Nacional de Pontos e Pontões de Cultura e o Termo de Compromisso Cultural (TCC) são dois novos instrumentos previstos na Lei, que atendem a demandas históricas dos agentes culturais: o reconhecimento formal como Ponto de Cultura pelo MinC por meio da autodeclaração e a simplificação dos mecanismos de financiamento e prestação de contas, ampliando a rede e dando segurança jurídica a entidades e coletivos culturais.
Você é parte desta história!



6 de abril
Brasília

Confirme presença no evento http://on.fb.me/19FTGWW e fique atento às redes sociais da Cidadania e Diversidade para mais informações!

segunda-feira, 16 de março de 2015

Ministério da Cultura completa 30 anos.

O fim da ditadura militar (1964-1985) trouxe um período de esperança e de abertura para novas ideias e iniciativas que atendessem às demandas da sociedade. Foi com esse impulso de renovação que, ao tomar posse, o presidente José Sarney criou o Ministério da Cultura (MinC). A iniciativa reconheceu a autonomia e a importância da Cultura, até então tratada em conjunto com a Educação. Neste domingo (15/3), o MinC comemora 30 anos de existência.
 
Para o ministro Juca Ferreira, a cultura tem um papel preponderante para o projeto de desenvolvimento do país. Os avanços não virão somente com o aumento de renda da população, mas precisa da dimensão simbólica que apenas a cultura pode fornecer. "A redução das desigualdades econômicas não basta. É preciso avançar com firmeza e determinação também na redistribuição do poder simbólico e político no Brasil com a democratização da produção e do acesso ao conhecimento e à cultura", disse ele, no discurso de posse, em 12 de janeiro de 2015.
 
A cultura, assinala o ministro, é um dos pilares da própria democracia.  "É ela quem qualifica e dá sentido à experiência humana, ao estabelecer os laços da vida social. Somente a cultura pode agregar valor ao desenvolvimento e abrir caminho para a inovação no seio da sociedade. Entendida deste modo, a cultura se coloca na centralidade da agenda pública contemporânea, permeando todos os campos da vida social, todas as áreas do conhecimento, como algo inerente ao próprio ser humano", afirmou durante sua posse.
Ministro entre 2003 e 2008, o cantor Gilberto Gil diz que o ministério surgiu há 30 anos justamente no período inicial de intensas mudanças tecnológicas e econômicas, com um impacto forte na vida cultural. "Se você considerar nestes últimos 50, 60 anos, o impacto do cinema, da televisão, dessas novas linguagens que entraram no meio circulante da vida cultural brasileira, é uma transformação imensa", afirma Gil, que deu um passo fundamental na consolidação de políticas públicas como a dos Pontos de Cultura em 2004.
 
As mudanças ocorridas ao longo do tempo trouxeram posteriormente desafios para o próprio ministério e a sociedade em geral. Como exemplo de transformações, Gilberto Gil cita a era digital e a diversidade cultural. "Uma questão são as especializações que foram surgindo na questão da vida cultural, sobretudo na gestão da vida cultural", disse. "Você tem, hoje, o conceito da diversidade cultural, que é uma coisa que você não precisava pensar 50 anos atrás, ou o que se pensava era muito incipiente. Há essa questão da diversidade cultural, dos vários grupos humanos, nas suas várias influências".
 
Na década de 1980, as reviravoltas sociais, históricas e culturais criaram um momento em que foi necessário construir uma estrutura à altura da importância da cultura. O secretário de Cultura de Minas Gerais, Angelo Oswaldo, lembra que havia uma expectativa "muito positiva" em torno do surgimento da nova pasta exclusiva para a área cultural. Ele trabalhou na implantação da pasta e chegou a acumular, em 1986, os cargos de ministro interino, presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e chefe de gabinete do ministério.
 
"O Ministério da Cultura nasceu de amplas reivindicações das manifestações nascidas na época da democratização", explica Oswaldo. "Com o movimento das ‘Diretas Já', surgiu a ideia do ministério como instância de fomento e de estímulo às atividades culturais que haviam sofrido gravíssimas restrições e uma odiosa repressão ao longo do regime de exceção."

Celso Furtado

Segundo Angelo Oswaldo, um primeiro e grande passo para a consolidação do projeto de um ministério ocorreu em 1983, ainda no governo de João Figueiredo (1979-1985). "O secretário de Cultura de Minas Gerais, José Aparecido de Oliveira, e o do Rio de Janeiro, Darcy Ribeiro, haviam criado o fórum nacional de secretários da cultura, que passou a ser um grande instrumento de mobilização e de reivindicação da pasta federal da cultura", explica.
 
Os primeiros titulares do MinC foram José Aparecido de Oliveira e Aluísio Pimenta. Em 1986, o presidente José Sarney convidou o economista Celso Furtado, um dos intelectuais mais importantes do país, para comandar o ministério. O autor do clássico "Formação Econômica do Brasil" avaliou que as transformações sofridas pelo capitalismo naquele período deveriam levar em conta necessariamente a dimensão cultural. Uma de suas tarefas foi a busca de uma solução para financiar a produção cultural –  um tema que teve avanços com as leis de incentivo fiscal.
 
"Celso Furtado foi quem realmente estruturou a pasta. Foi ele quem definiu a plataforma do ministério e trouxe para sua pauta temas como a cultura no cotidiano, a dimensão social e econômica do fazer cultural, além da relevância do setor para o desenvolvimento do país", comenta Oswaldo. "Foi um notável ministro da Cultura porque organizou e definiu linhas e diretrizes ainda agora fundamentais para a gestão cultural."

Tempos difíceis

Um momento complicado foi vivido em 1990, quando o Ministério da Cultura foi transformado em Secretaria da Cultura, diretamente vinculada à Presidência da República. Essa situação só foi revertida dois anos depois, em novembro de 1992. Na gestão do presidente Fernando Collor, houve mudanças polêmicas como o fim da Empresa Brasileira de Filmes (Embrafilme) no dia 16 de março de 1990.
 
Em compensação, o governo criou naquela época a chamada Lei Rouanet, numa referência ao nome do então secretário Sergio Paulo Rouanet. O financiamento à produção cultural ganhou regras que garantiram um modelo de renúncia fiscal para as empresas que patrocinam eventos e bens culturais. Trata-se de um modelo controverso, tanto que, em 2010, o então ministro Juca Ferreira propôs uma reforma da legislação com o projeto do Procultura – ainda em tramitação no Congresso Nacional.  
 
Apesar de críticas, as leis de incentivo se consolidaram ao longo da década de 1990 e estimularam áreas como a produção cinematográfica. Em 1993, por exemplo, foi criada a Lei do Audiovisual, que impulsionou a "retomada" do cinema brasileiro. Foi a saída para substituir, por meio do mercado, os antigos instrumentos da Embrafilme. As mudanças nos incentivos do setor audiovisual continuam até hoje, como a criação da Agência Nacional do Cinema (Ancine) em 2001 e a Lei da TV Paga de 2011, que estimulou a produção nacional independente.  

Políticas públicas

Os oitos anos de Luiz Inácio Lula da Silva trouxeram uma nova abordagem para a formulação de políticas públicas na área cultural, aliando a inovação e o diálogo permanente com a sociedade. Houve investimento para estimular as experiências já existentes em vários locais do país, como os Pontos de Cultura, e o reconhecimento de que as mudanças tecnológicas, trazidas principalmente pela internet, exigem uma nova abordagem. Foi nesse período que o Brasil passou por uma transformação histórica sem igual: a saída de 40 milhões pessoas da situação de pobreza.
 
A partir de 2003, o Ministério da Cultura passou a criar políticas e editais para fortalecer diversos grupos nas periferias de grandes metrópoles, na zona rural, em favelas, em movimentos sociais e quilombolas e até em aldeias indígenas. Houve o reconhecimento de que a produção cultural tinha novos protagonistas, além de quem já trabalhava com artes tradicionais. Para isso, o orçamento do MinC aumentou seguidamente, chegando a subir 600% nos oitos anos do governo Lula.
 
O primeiro governo de Dilma Rousseff consolidou políticas públicas e projetos de seu antecessor. O Congresso Nacional aprovou o Vale-Cultura, que é o benefício de até R$ 50 por mês para o trabalhador consumir em bens e serviços culturais. Também foi criado o Sistema Nacional de Cultura (SNC) para levar recursos federais aos estados e municípios. Os novos desafios institucionais, a partir deste anos, são a aprovação de uma nova Lei dos Direitos Autorais, a reforma da Lei Rouanet por meio do Procultura e a construção de uma Política Nacional das Artes.
 
Ao assumir o ministério pela segunda vez, o ministro Juca Ferreira se comprometeu a trabalhar por mais avanços. Trabalhar com amplo diálogo e participação social, aprimorar o sistema de financiamento da cultura, modernizar a legislação de direitos autorais, buscar a aprovação da PEC da Cultura, reforçar parcerias culturais com outros países e ampliar o acesso aos bens culturais via ambiente digital.

Fonte: 
Assessoria de Comunicação
Ministério da Cultura

quinta-feira, 12 de março de 2015

SAMSUNG SE LIGOU DE VEZ NA CULTURA

Após vários anos distribuindo verba em projetos de terceiros, empresa coloca-se entre os grande patrocinadores e encontra um nicho consistente para se apoiar.


Dos modestos 4.775,00 reais aplicados em 2008 em projeto sociocultural denominado Meninos do Morumbi, a gigante coreana que produz objetos de desejo para aqueles que não vivem semsmartphone ou tablet, o que hoje abrange quase todos os humanos, resolveu fazer da cultura um trampolim para chegar mais perto do coração dos brasileiros. E esse salto envolveu a aplicação de R$ 17,9 milhões em 2013, o que elevou a empresa da posição 211 entre os maiores patrocinadores de 2012, para o 10º lugar, acima, inclusive, da Petrobras.
Foi uma mudança e tanto. Até 2012 o número de projetos apoiados pela Samsung anualmente chegou a no máximo três (2010) e um pico de R$ 1,6 milhão em patrocínio. Nos outros anos, exceto 2008, a empresa apoiou anualmente dois projetos, com média de investimento entre R$ 800 e R$ 1,3 milhão. Entre essas ações estavam projetos diversos como Planos de Atividades do MASP, grupo Stomp de dança, musical Cats, o Sonar (artes integradas), exposição de fotografia, música instrumental. Já em 2013 a empresa liberou o caixa: foram 18 projetos patrocinados, quase R$ 18 milhões aplicados.
Na apresentação de Gilberto Gil, público emocionou 
Paula Campanari.

Das 18 ações beneficiadas naquele ano, nove foram de exposição de artes, inclusive Masp, MAM, Bienal, Museu da Língua Portuguesa, Pinacoteca, Museu do Futebol, além de algumas que envolveram música erudita e instrumental, o que indicou diversificação mas não planejamento específico de uma política de patrocínio.
Em 2014 o cenário mostra-se diferente. Até outubro a Samsung já utilizou pouco mais de R$ 6 milhões em ações incentivadas, só que desta vez em dois projetos próprios, ligados a música – o Mostra Blues SP e o Samsung E-Festival. No primeiro ela aplicou R$ 1 milhão; no segundo, R$ 3,5 milhões. Houve um terceiro no qual ela apenas patrocinou (R$ 1,5 milhão), que foi a Exposição de Artes denominada Made by...Feitos por brasileiros, mostra que reunirá cerca de 100 artistas, brasileiros e internacionais, selecionados entre os mais importantes da atualidade no contexto mundial, muitos dos quais criarão obras especialmente para esta ocasião.
Essa mudança de postura da empresa foi confirmada pela gerente de marketing corporativo, Paola Campanari, que em entrevista publicada nessa mesma edição mostra qual é a relação da Samsung com a cultura e porque ela abriu o cofre para apoiar projetos. No final, mais do que incentivo fiscal, tudo tem a ver emoção.
E foi emocionada com o comportamento do público que ela se referiu ao evento de encerramento do E-Festival, no Parque do Ibirapuera (SP) em setembro passado com um show de Gilberto Gil. “Nunca vi tanta criança em frente ao palco. Foi impressionante. E foi muito legal ver que pessoas que estavam lá desde o meio-dia, gente que levou champagne, muitas famílias. Foi impressionante mesmo”.
Samsung E-Festival – Revelando Talentos foi um concurso via web que visou identificar novos talentos da música brasileira, que foram vencidos pela banda gaúcha General Bonimores e a guitarrista Lari Basílio. Tudo feito através de uma plataforma exclusiva onde qualquer um podia dar seu voto.
 “Lançamos não apenas produtos, fazemos produtos que lançam pessoas. A Samsung não é exclusivamente uma empresa de tecnologia. Somos uma plataforma de lançamento, que ajuda pessoas a realizarem seus sonhos, paixões e seus potenciais”, disse Mario Laffiitte, vice-presidente de Assuntos Institucionais da Samsung para América Latina. Sustenta ainda que o Samsung E-Festival chegou para dar continuidade à plataforma de incentivo à cultura da empresa e está conectado ao propósito da marca.
Parece que a Samsung encontrou o seu caminho na área do patrocínio e ele passa pela música. Para quem produz o que produz, nada mais natural.

Fonte: Revista Marketing Cultural online