A secretária do MinC, em hangout com internautas, defendeu a rearticulação e a ampliação dos Pontos de Cultura, e ressaltou importância de trabalhar lado a lado com os articuladores culturais; segundo ela, fortalecer a mídia livre é outro objetivo da gestão.
Após pouco mais de um mês no cargo, a secretária de Cidadania e Diversidade Cultura do Ministério da Cultura, Ivana Bentes, já está se mobilizando para rearticular e ampliar a rede dos Pontos de Cultura – a maior política em âmbito cultural já implementada no país. Em hangout com internautas, realizado nesta terça-feira (24), a secretária admitiu uma certa inércia das gestões anteriores do MinC em relação ao diálogo com os articuladores culturais, mas garantiu que eles serão fortalecidos e que novos serão contemplados pelos editais.
De antemão, a secretária já anunciou alguns editais que o Ministério da Cultura vai lançar em 2015: são os dos Pontos de Cultura Indígena, Pontos de Mídia Livre, Cultura de Redes, Acessibilidade Cultural, Cultura LGBT, além da retomada do edital de Interação Estética.
De acordo com Ivana, a ampliação da rede de Pontos de Cultura no país será possível graças à implementação da Lei de Cultura Viva, que vai desburocratizar todo o processo cadastral e de prestação de contas dos grupos e coletivos.
“Com a Lei de Cultura Viva a gente vai começar um processo muito importante que é um cadastramento e um mapeamento dos pontos de cultura. Não só os que já ganharam recursos, mas vamos começar a caravana para uma campanha de auto declaração dos pontos de cultura. Isso é uma demanda histórica daqueles que nunca ganharam um edital do Ministério”, explicou.
Ela ressaltou ainda que quer que os Pontos de Cultura atuem como cogestores na criação e implementação de políticas para a área.“A gente quer que os Pontos de Cultura voltem a ser os formuladores da política pública, com proposta de ações, de mapeamento das novas redes.”
Para isso, a professora da UFRJ pretende fazer uma grande caravana pelo Brasil para contemplar todos aqueles fazedores de cultura – desde aldeias indígenas, quilombolas, até coletivos de cultura de rede – que não são reconhecidos hoje como Pontos. Além disso, a Lei de Cultura Viva, segundo ela, permitirá que os coletivos culturais se autodeclarem Pontos de Cultura. “Essa vai ser uma secretaria itinerante e nômade”, afirmou.
Mídia Livre e articulação em rede
Durante o papo com os internautas, Ivana destacou a importância de fortalecer políticas públicas voltadas para a mídia livre e os veículos de mídia independente como forma também de fomentar as narrativas no próprio âmbito da cultura.
“As ações de mídia livre são estratégicas para a Cultura. Quem produz cultura, também produz comunicação. O desafio é que mais pessoas, em especial a juventude, se aproprie das tecnologias. Também estamos pensando muito nas políticas de licenciamento. Com certeza, Mídia Livre e Cultura Digital terão espaço de destaque em nossa gestão”, pontuou.
Indo além, a secretária do MinC falou sobre a necessidade de se pensar em políticas para a articulação em rede entre os coletivos, o que, segundo ela, é fundamental para a efetividade da produção cultural no momento em que vivemos.
“A gente quer que o conhecimento e a cultura circulem (…) Juntos é sempre mais barato e rápido. Os grupos que se articulam em rede efetivamente conseguem um tipo de articulação política e de fazer cultural que produz diferença hoje. A gente tá num momento tecnológico que facilita a articulação em rede”, explicou.
Confira a íntegra do hangout com Ivana Bentes.
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