sábado, 25 de abril de 2015

SEC lança Edital de Patrocínio para o 59º Festival Folclórico do Amazonas

A Secretaria de Estado de Cultura - SEC, lançou nesta sexta-feira (24) o Edital de Credenciamento Público para Fomento aos Grupos Folclóricos que participarão do 59º Festival Folclórico do Amazonas na categoria Outo - 2015.


O Edital de Credenciamento Público está de acordo com a missão da Secretaria de Estado de Cultura do Amazonas, no que que diz respeito à valorização, fomento e difusão das manifestações culturais e artísticas do Estado, oferecendo mecanismos e meios para os agentes, produtores e artistas de modo geral.

Além disso, o Edital tem como objetivo identificar os grupos folclóricos, valorizar a cultura popular e atribuir a concessão de apoio financeiro para apresentação no 59º Festival Folclórico do Amazonas, na categoria Ouro.

Poderão se inscrever os Grupos Folclóricos legalmente constituídos ou representados por Pessoa Física, maior de 18 (dezoito) anos, residente no Estado do Amazonas, que tenham participado do 58º Festival Folclórico do Amazonas na Categoria Ouro, não figurem na colocação de descenso e também os que tenham sido campeões na categoria Prata (MANAUSCULT), conforme Regulamento e resultado final do 58º Festival Folclórico do Amazonas.



Todos os documentos apresentados deverão ser digitados, não podendo ser apresentados de forma manuscrita, sob pena de serem desconsiderados para análise.

A estrutura operacional será objeto de redução no valor mínimo de 20% (vinte por cento) em relação ao aplicado no exercício anterior.

As inscrições deverão ser realizadas até o dia 04 de maio de 2015.




terça-feira, 21 de abril de 2015

Foi dada a largada para a ativação do Cadastro Cultura Viva!



O grupo de trabalho Cadastro Cultura Viva realizou sua primeira reunião nesta segunda-feira (20/4) e já tem deadline para entrega dos resultados: em até 168 dias apresentará a implementação da plataforma de autodeclaração e reconhecimento da Política Nacional de Cultura Viva.
A plataforma será criada em Software Livre e contará com o apoio de desenvolvedores da área.
Participam do GT a Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural, a Secretaria de Articulação Institucional, a Coordenação Geral de Tecnologia da Informação e representantes da sociedade civil.

Entendendo mais um pouco, sobre CULTURA VIVA

Novidades da Lei Cultura Viva

Não usou todo o orçamento? Alguma aplicação financeira rendeu? Tem saldo na conta mas não está previsto na planilha?
Com a Lei Cultura Viva, o uso de rendimentos e saldos remanescentes oriundos de aplicação financeira será simplificado. Os recursos poderão ser aplicados na ampliação das metas do objeto previstas nos projetos de Pontos e Pontões de Cultura.


Ponteiros de todo o Brasil têm mais liberdade para executar seus projetos!
Com a Lei Cultura Viva, os Pontos e Pontões de Cultura podem realizar o remanejamento de até 30% do valor do projeto sem autorização prévia do Estado, regra prevista na Instrução Normativa. Remanejamentos de 31 a 100% necessitam de justificativa com até 45 dias de antecedência.

Vai precisar devolver recurso?
Agora, com a Lei Cultura Viva, o Ponto que tiver a sua prestação de contas parcialmente reprovada, sendo necessária a devolução de parte do recurso, o poderá fazer por meio de prestação de serviços culturais em benefício da sociedade civil, como cursos, oficinas, shows, eventos e apresentações!

quinta-feira, 16 de abril de 2015

STF reconhece contratação de organizações sociais sem licitação

O Supremo Tribunal Federal reconheceu a validade da lei 9.637, de 1998, que qualifica entidades como organizações sociais e permite a contratação das entidades com o poder público, sem previsão de licitação. A maioria dos ministros seguiu voto elaborado por Luiz Fux, que prevê que o processo de contratação corra de forma pública, impessoal e por critérios objetivos e seja fiscalizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pelo Ministério Público.

A lei prevê a dispensa de licitação quando organizações sociais - que são entidades privadas - prestam serviços públicos de ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação ao meio ambiente, cultura e saúde. "Embora não submetido formalmente à licitação, a celebração do contrato de gestão com as Organizações Sociais deve ser conduzida de forma pública, impessoal e por critérios objetivos, como consequência da incidência direta dos princípios constitucionais que regem a Administração Pública", entendeu Fux.
O plenário também reconheceu que a contratação das organizações pelo poder público não configura uma transferência da competência para prestar serviços públicos. Para Fux, a intenção da Lei foi incentivar que atividades fossem desempenhadas de forma eficiente através de colaboração público-privada. "O Poder Público não renunciou aos seus deveres constitucionais de atuação nas áreas de saúde, educação, proteção ao meio ambiente, patrimônio histórico e acesso à ciência, mas apenas colocou em prática uma opção válida por intervir de forma indireta para o cumprimento de tais deveres, através do fomento e da regulação", votou o ministro Luiz Fux.
Votaram pela validade da lei com interpretação conforme a Constituição, os ministros Luiz Fux, Gilmar Mendes, Cármén Lúcia, Celso de Mello, Ricardo Lewandowski, Teori Zavascki e também o ex-ministro Ayres Britto, que votou em 2011. O ministro Dias Toffoli se declarou impedido e o ministro Luís Roberto Barroso não votou pois sucedeu Ayres Britto na cadeira do STF.
Os ministros Marco Aurélio Mello e Rosa Weber votaram pela inconstitucionalidade da lei. Mello afirmou que a regulação das organizações sociais, da forma como prevista, promove "privatização de serviços públicos essenciais". A ação ficou mais de 16 anos no STF e foi proposta pelo PT e PDT, que eram partidos de oposição à época em que o texto foi aprovado.
Fonte: 
Estadao Conteudo / Portal do Holanda
16/04/2015 às 18h34

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Termo de Compromisso Cultural (TCC).

Dando continuidade a série de informações sobre a Lei Cultura Viva, hoje vamos mostrar o que é o Termo de Compromisso Cultural (TCC).


O Termo de Compromisso Cultural é um instrumento de repasse específico para os Pontos e Pontões de Cultura, que dispensa a utilização do SICONV e substitui os convênios no repasse dos recursos para as entidades culturais, superando o modelo inadequado para a realidade da cultura no Brasil. Os convênios permanecem apenas para os repasses diretos entre o Governo Federal e os estados e municípios.
Seja um Ponto de Cultura!

Fonte: Ministério da Cultura

terça-feira, 14 de abril de 2015

Para ser Ponto de Cultura basta querer!

Somos todos Pontos de Cultura.


Em breve a Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural (SCDC) apresentará um sistema para que entidades e coletivos culturais de naturezas diversas, possam se autodeclarar como Ponto ou Pontão de Cultura.
O Cadastro Nacional de Pontos e Pontões é um instrumento do Ministério da Cultura para reconhecer, mapear e certificar de forma simplificada as milhares de inciativas das redes de cultura de todo o país.
Seja um Ponto de Cultura!

segunda-feira, 13 de abril de 2015

CULTURA VIVA, As coisas não nascem prontas.

Platéia no lançamento da Lei Cultura Viva

Este é, conceitualmente um texto híbrido, pois qualquer ponto de vista que se coloque, por mais individual que possa parecer, desemboca no processo coletivo. Bruno Munari, designer italiano, já velhinho ainda ministrava aulas de design de produto na escola de Milão e tinha por premissa iniciar os alunos no seu curso com as seguintes palavras: ” As coisas não nascem prontas. Elas são resultado de vários processos distintos que ao longo do fazer, vão se aglutinando e tomando forma, sem contudo esquecer da função.  
A Lei 13.018  – Lei Cultura Viva de que falamos, foi sancionada em 23 de julho de 2014 e transforma o Programa Nacional de Promoção da Cidadania e da Diversidade Cultural – Cultura Viva – em uma Política de Estado,  não ficando mais a reboque e boa vontade de governantes e das alternâncias de gestão na administração pública. Não é pouca coisa. Fruto de esperança , acreditação e empoderamento dos fazedores de cultura do país, até então invisíveis aos olhos do Estado.
Toca profundamente os movimentos sociais das culturas, avançando um passo a mais em sua organização , revelando assim  traços marcantes da diversidade brasileira. Se antes clamavam cidadania, essa parcela significativa da sociedade, hoje as exerce  em plena harmonia trilhando caminhos,  buscando novos formatos de representatividade, discutindo marcos legais , moldando um novo jeito de fazer cultura e política por meio dos pontos de cultura.  Aos poucos, passo a passo, a cultura vai se afirmando ferramenta poderosa na redução das desigualdades e no fomento a criatividade.
Em 2010 já era possível vislumbrar um futuro melhor aos Pontos e a Cultura brasileira no texto do Ministro Juca Ferreira, em sua primeira passagem pelo ministério: ” Não foi mera coincidência que o Ministério da Cultura nasceu junto com o processo de redemocratização do país. Mas foi somente a partir de 2003, com o Ministro Gilberto Gil, que o Ministério da Cultura deixou de ser coadjuvante sem expressão no cenário político brasileiro. Ganhou representatividade, colocou-se no primeiro plano e estabeleceu um objetivo política e institucional claramente definida.” …”Zelar pela promoção e defesa da diversidade cultural brasileira é despertar a Nação para o acolhimento das suas múltiplas singularidades; é criar um pacto federativo mais igualitário, mais justo, no qual todos se sintam contemplados, e, junto com ele, um pacto social que compreende ser a cultura a principal argamassa de uma nação.”  As bases estavam dadas ali.
Quiçá agora com o Ministro Janine no MEC seja possível um ponto de cultura em cada escola brasileira. Quem sabe também seja possível incorporar na Lei Rouanet projetos para implantação e manutenção de Pontos de Cultura. O recurso financeiro é importante e necessário, mas tão importante quanto o recurso monetário, o espírito da Cultura Viva é transformador. Segue  adiante o texto do ministro na apresentação do Almanaque Cultura Viva: ” Entre 2003 e 2009, foram sete mil projetos financiados em mais de 200 editais públicos – que antes não existiam. Foi nesse contexto que nasceu o Programa Cultura Viva e os Pontos de Cultura.” De lá prá cá,  com percalços no caminho, continuamos assistindo a diminuição da segregação social do país, multiplicando espaços e idéias e as chances reais de cada um. Mesmo em menor escala do que se desejava inicialmente, tamanha a demanda, mesmo assim,  o reconhecimento do direito pleno à cultura tem sido considerado pelo governo, e agora  é Lei. 
De fato um momento histórico para cultura brasileira, a Lei Cultura Viva aprovada e regulamentada é conquista de todos os fazedores de cultura em todos os quadrantes do Brasil. Resultado de um programa inovador que vem revolucionando o modo de fazer cultura sem desrespeitar as raízes e tradições, ao contrário, a partir delas,  a invenção do contemporâneo com base jurídica legal. A vida de milhares de pessoas se confundem com os Pontos de Cultura, as Teias, os Encontros Temáticos, os Fóruns estaduais e nacional, as sutilezas e peripécias de tantos que enfrentaram  as ancoras do programa no meio da trajetória, a semeadura da Cultura Viva pelo continente Latino-americano,  enfim, tal como disse Jorge Luiz Borges  ” Toda obra humana é efêmera, porém o seu fazer, não o é.”
Viva a Cultura Viva!
Antonio Pedro – Coordenador Núcleo de Ação Cultural da Universidade São Caetano do Sul – USCS, Secretário Geral d Instituo Som da Língua, Diretor da Iddeia Cultura e Pesquisa 

Fonte:
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Simplificação de Contas: agora é lei!


Os Pontos de Cultura agora podem prestar contas com os seguintes documentos: relatório de execução do projeto, relação de pagamentos e extrato bancário da conta específica do projeto. Há, na atual versão da Instrução Normativa (IN), avanços significativos na interpretação da prestação de contas, com foco no cumprimento do objeto e controle por meio de resultados.
Com base no § 2º do art. 8º, da Lei nº 13.018/2014, a IN considera que os procedimentos de prestação de contas deverão ser simplificados e essencialmente fundamentados nos resultados.

domingo, 12 de abril de 2015

A criatividade do povo brasileiro é nosso maior patrimônio.


A criatividade do povo brasileiro é nosso maior patrimônio. Uma das mais importantes demonstrações da força dessa capacidade criativa ainda é desconhecida e ignorada pelo grande público e pela mídia: são dezenas de milhares de grupos culturais espalhados por todo o Brasil, vivenciando a arte e a cultura como instrumentos de qualificação das relações humanas e produzindo vivências de cidadania. São grupos que se organizaram em torno da capoeira, do teatro, da dança, da música, do cinema e do audiovisual, do Hip Hop e de manifestações tradicionais, entre outras, que com essas ações culturais fortalecem um sentimento de pertencimento e senso crítico em relação às mazelas sociais vigentes. A partir dessas atividades, o encantado mundo da cultura e das artes vem fortalecendo a noção de direitos para quem nunca os teve.
Se quisermos definir um território conceitual para essas experiências socioculturais tão diversas entre si, podemos ancorá-las no vasto território da arte-educação. Desde os anos 60, a arte-educação foi incluída como atividade curricular nas escolas brasileiras, mas sabemos como pouco avançamos no uso da cultura e da arte como instrumento pedagógico em nossas instituições de ensino.
Nas últimas décadas, a presença da arte e da cultura foi minguando nas salas de aulas brasileiras, assim empobrecendo o ambiente das nossas escolas. Enquanto isso, nas periferias e bairros pobres das cidades, na área rural, nas aldeias indígenas e nas mais diversas comunidades, a cultura e as artes tornaram-se valiosos instrumentos de inclusão e de qualidade de vida para essas populações. Estamos falando de alegria, sensibilidade e dignidade em meio a pobreza e a violência, luz no fundo do túnel dantesco do cotidiano das massas populares.
Para compensar a ausência do Estado e de suas políticas públicas, comunidades e movimentos sociais têm adotado a cultura como estratégia para a construção de empoderamento e protagonismo, como importante meio de recuperação da autoestima de grupos humanos com acesso restrito a direitos e oportunidades, e como instrumento e coesão social. A sociedade civil vem desenvolvendo essa tecnologia social em meio às dificuldades mais radicais e apesar da indiferença do Estado brasileiro.
Ainda que ocorram nos quatro cantos do Brasil, essas experiências geraram poucos contatos entre si. Mesmo guardando grande diversidade na base conceitual, metodológica e no objeto de trabalho, já são reconhecidas por instituições internacionais como uma tecnologia social poderosa e eficiente. Vários desses projetos já foram convocados para treinar governos de países africanos, e mesmo algumas prefeituras europeias, no trato com populações de rua ou em alguma outra situação de risco.
Essa trajetória vitoriosa foi construída a duras penas pelas comunidades e suas associações, por organizações não governamentais, igrejas - principalmente as pastorais católicas - , sindicatos, militares, intelectuais e artistas orgânicos dos movimentos sociais, mães de santo, mestres de capoeira - ou de alguma outra arte - e empresários mais conscientes. Até o governo Lula, o Estado contribuía muito pouco, como que houvesse renunciado a cumprir sua missão constitucional de formulador e executor de uma política capaz de promover o desenvolvimento cultural da sociedade brasileira.
Apesar de termos atingindo, nos últimos anos, altos índices de universalização de acesso à escola, sabemos que não será possível fundar uma pátria educadora se não incorporarmos a arte e a cultura no processo pedagógico. A missão do Estado na educação não pode se resumir a preparar as novas gerações para o mundo do trabalho. Nos últimos doze anos, apesar de todas as dificuldades, o Estado retomou seu lugar e seu papel na vida cultural brasileira.
Buscamos satisfazer demandas e necessidades da sociedade através de políticas públicas. Tratamos de recolocar a cultura como direito de todos os brasileiros e como política pública estratégica de governo para que o Brasil possa enfrentar os desafios desse início de século XXI. Também como uma economia poderosa, geradora de ocupação e renda.
É nesse contexto que surge o Cultura Viva. Para estimular os processos e as manifestações culturais em todo Brasil. Com esta lei, tornamos de Estado uma política que até então havia sido de governo, reiteramos o reconhecimento de riqueza da cultura, do saber e do fazer produzidos pela sociedade. Cultura como dimensão estruturante de toda a existência humana, acessível a todos.
Indicador de qualidade de vida. A Lei Cultura Viva grava a importância para o desenvolvimento cultural do povo brasileiro de uma gama enorme de experiências, manifestações, projetos e ações que acontecem pelo Brasil afora e que adquiriram significados que vão além do fazer cultural: práticas efetivas, ações, ao mesmo tempo culturais, políticas, sociais e estéticas superam o discurso sobre direitos e deveres. Cultura e dignidade humana como direito de todos os brasileiros, sem limites, nem fronteiras é isso o que representa o Cultura Viva. Viva a cultura e a arte do povo brasileiro.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Pontos de Cultura passarão a ser política de Estado


“Independente de governo ou partido eles vão existir dentro da política do país. Isso é algo muito importante para quem produz cultura”, explica a secretária da Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, Ivana Bentes.

Os pontos de Cultura terão legislação própria e serão política de Estado. Essas são algumas das mudanças que passam a valer com o lançamento na quarta-feira(8) da Política Nacional de Cultura Viva.
Instituída pela Lei 13.018/14, mais conhecida como Lei Cultura Viva, a Política Nacional de Cultura Viva será lançada pelo Ministério da Cultura junto com a lei. A legislação foi sancionada pela presidenta Dilma Rousseff em julho do ano passado, mas precisava ser regulamentada para entrar em vigor.
“Hoje, os pontos de Cultura, com a Lei Cultura Viva, tornam-se política do Estado brasileiro, ou seja, independente de governo ou partido eles vão existir dentro da política do país. Isso é algo muito importante para quem produz cultura”, disse a secretária da Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, Ivana Bentes. Ela explica que outra mudança é a possibilidade da autodeclaração. Agora, mesmo aqueles grupos que não forem contemplados pelos editais do ministério poderão ter o reconhecimento de ponto de Cultura. Ela conta que hoje o país tem cerca de 4 mil pontos beneficiados por recursos do Estado e que aqueles grupos que hoje não recebem mais os recursos, reivindicavam continuar com o título, pois não deixaram de desenvolver as ações e os trabalhos.
“Quem produz cultura no Brasil não é só quem recebe dinheiro do edital, não é só quem está vinculado ao recebimento de recurso público. O contingente de produtores culturais no Brasil é gigante”, diz. Para a secretária, outra vantagem da autodeclaração, além do reconhecimento do trabalho, é a possibilidade de mapeamento, pelo ministério, dos agentes culturais do país, pois para pedir o reconhecimento o grupo terá que preencher um cadastro nacional fornecendo informações sobre suas atividades.
O terceiro ponto de destaque é a criação do Termo de Compromisso Cultural (TCC), que vai mudar a maneira como será feita a prestação de contas dos recursos repassados pelo Ministério da Cultura. A ideia é adequar essa necessidade à realidade dos pontos de Cultura que, muitas vezes, são aldeias indígenas e grupos tradicionais, por exemplo, e que tinham dificuldades com o atual sistema. “Essa prestação de contas vai focar na ação, no cumprimento do objeto. Claro que ele vai ter que mostrar ao Estado a prestação de contas, onde foi gasto o dinheiro, a planilha financeira, vai ter que guardar as notas, mas, para a prestação de contas inicial, o cumprimento do objeto é mais importante”, ressalta Ivana Bentes.
A secretária informa que a regulamentação foi debatida com diferentes atores para que atendesse tanto às necessidades jurídicas quanto à realidade dos pontos. “Foi discutido com o Ministério da Cultura, com a Controladoria-Geral da União, advogados, ou seja, a lei está totalmente dentro do arcabouço jurídico e legal.”
Como a lei beneficia ações e manifestações culturais que já existem em todo o país, o reconhecimento dos pontos de Cultura fará com que essas iniciativas ganhem cada vez mais visibilidade e se aproximem ainda mais da sociedade, mostrando a produção cultural. “A gente entende que essa autodeclaração e esse mapeamento vão dar visibilidades, fazer com que esses agentes sejam empoderados. Eles vão ganhar um reconhecimento social. Em uma sociedade contemporânea, a cultura é um agente político, a produção cultural é um agente de formação e educação.”
Os pontos de Cultura estão presentes em cerca de mil municípios de 26 estados brasileiros. O lançamento desta quarta-feira será, em Brasília, na Sala Funarte Cássia Eller e contará com a presença do ministro da Cultura, Juca Ferreira, além de gestores de cultura e representantes da sociedade civil.

Foto: Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro
FontePor Michèlle Canes, da Agência Brasil

domingo, 5 de abril de 2015

NOVENA DE SÃO BENEDITO - Tradição Renovada

A cultura africana, através de seus costumes, tradições, músicas, danças e comidas está sendo fortemente representada em Manaus, desde do dia 29 de março, quando iniciou a Festa de São Benedito, realizada há 125 anos na Comunidade do Quilombo Urbano do Barranco de São Benedito, no bairro Praça 14. 

“A cultura africana tem importância fundamental para a formação cultural do Amazonas. Essa festa está passando por uma grande reformulação e o Governo do Amazonas fica muito orgulhoso em participar da disseminação desses costumes e tradições”, afirmou o governador do Amazonas, José Melo.

Uma das novidades deste ano é o retorno da tradicional “Banda do Dedé”. Dedé era um morador da comunidade e durante quase 30 anos (entre as décadas de 1970 e 1990) foi o responsável por tocar o “Hino de São Benedito” durante todos os dias de festa. Depois de sua morte (no final da década de 1970) esta tradição ficou deixada de lado e há mais de 15 anos o Hino de São Benedito não era tocado por uma banda.
“Estamos retomando as principais tradições da festa, aumentando as atividades realizadas e mostrando de uma maneira mais ampla a influência da cultura negra em nosso Estado”, afirmou Jamily Souza da Silva, organizadora dos festejos de São Benedito no Amazonas.

Neste sábado (04 de abril) mais uma vez a tradição falou mais alto. Dando sequência a programação da Novena de São Benedito 2015, que está sendo realizada no Quilombo do Barranco no bairro da Praça 14, foi hasteado o mastro contendo a bandeira do santo.


Programação

A festa começou no dia 29 de março, com a “retirada do mastro da mata”. O mastro, de uma árvore Envira, é o símbolo da festa e representa a ligação entre o céu e a terra. O mastro é retirado da floresta uma semana antes do início do novenário de São Benedito e durante esse período preparado para a festa, sendo descascado, enfeitado com samambaias, frutas verdes, fitas vermelhas e recebendo uma bandeira de São Benedito. Ele foi erguido no local da festa no primeiro dia do novenário, marcado para este dia 4 de abril, sábado.

A partir do dia 4 e até o dia 12, haverá o novenário a São Benedito, sempre às 20h. No dia 12, a festa vai começar a partir das 8h, em frente à casa onde está o altar e imagem de São Benedito (na rua Japurá, nº 1360), Praça 14.

Às 17h, inicia a procissão, que percorrerá as ruas Japurá, Jonathas Pedrosa até à rua Tarumã, onde haverá a missa em louvor a São Benedito, na igreja de Nossa Senhora de Fátima. Após a celebração, a procissão voltará para o ponto de partida, percorrendo as ruas Jonathas Pedrosa, Ramos Ferreira, Emílio Moreira e Japurá.

A partir das 19h, haverá o derrubamento do mastro e distribuição de comidas como vatapá com arroz, bolos, salgados e a tradicional bebida “aluá”, além de água e refrigerante.
A cerimônia ocorreu às 18h em ponto e foi acompanhada por um bom número de devotos de São Benedito - o santo negro católico.




            


Só os homens são responsáveis por levantar o mastro, que é ornamentado com samambaias, frutas verdes, fitas vermelhas e recebendo uma bandeira de São Benedito.














O Quilombo
O Quilombo do Barranco de São Benedito é o segundo quilombo urbano do Brasil, recebendo esse título em outubro de 2014.
A comunidade iniciou-se com a vinda de Dona Maria Severa Nascimento Fonseca, negra, ex-escrava, que veio do Maranhão para o Amazonas por escolha própria, que após receber a carta de alforria de seu Senhor, conhecido como Dr. Tarquinho.
Veio para o Amazonas em meados de 1890 com seus três filhos (Manoel, Antão e Raimundo) e foram recebidos pelo militar e conterrâneo Eduardo Gonçalves Ribeiro. Maria Severa trouxe consigo o símbolo de maior devoção da família até hoje, a imagem de São Benedito, que, conforme os antigos contam, veio de Portugal e foi dado a ela de presente.
A família começou a delimitar a área e construíram um barracão, uma espécie de terreiro, onde passaram a praticar seus costumes e crenças. Logo depois, mais maranhenses foram chegando e, a maioria, com a ajuda de Eduardo Ribeiro, eram encaminhados para esse lugar, que virou símbolo de resistência negra na cidade de Manaus. Por isso, o nome de “Vila dos Maranhenses”.
A comunidade permanece no mesmo lugar há mais de cem anos, formada a partir de famílias advindas do Maranhão, descendentes de escravos e que vieram para trabalhar em Manaus, principalmente na construção de prédios, hoje considerados históricos (como o Teatro Amazonas).