terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Juca Ferreira é o novo ministro da Cultura.

  

O sociólogo Juca Ferreira será o ministro da Cultura no segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff. O anúncio foi feito nesta terça-feira (30/12) pela presidenta, em nota divulgada pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República. Ferreira assumirá pela segunda vez o comando da pasta. Ele exerceu o cargo de 28 de julho de 2008 a 31 de dezembro de 2010, após ser secretário-executivo do ministério durante a gestão de Gilberto Gil.
Ferreira, que atualmente é secretário de Cultura do Município de São Paulo, substituirá a arquiteta Ana Cristina Wanzeler, interina desde a saída da ex-ministra Marta Suplicy, em 12 de novembro deste ano. 
Em sua primeira gestão à frente do Ministério da Cultura, Ferreira trabalhou na construção de importantes projetos de lei, como o do Vale-Cultura e do ProCultura, na modernização do direito autoral e principalmente na criação do Programa Cultura Viva, que busca fomentar atividades culturais já existentes por meio dos Pontos de Cultura e das manifestações culturais da diversidade brasileira.

Biografia

Nascido em Salvador (BA), Ferreira atuou na militância estudantil, tendo sido eleito presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) em 1968. Não chegou a assumir o cargo, já que a eleição ocorreu no mesmo dia da instituição do AI-5. Atuou na resistência ao regime militar, o que lhe rendeu nove anos de exílio no Chile, na Suécia e na França. De volta ao Brasil, após a Anistia, trabalhou como assessor especial da Fundação Cultural do Estado da Bahia, onde desenvolveu diversos projetos ligados à área cultural.
Em 1981, iniciou militância na área ambiental. Em 1988, filiou-se ao Partido Verde (PV). Na década de 90, foi secretário de Meio Ambiente da cidade de Salvador e presidente da Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente. 
Foi eleito duas vezes vereador pela capital baiana, em 1993 e em 2000. Durante a segunda legislatura, em 2003, foi convidado por Gilberto Gil para assumir a Secretaria-Executiva do Ministério da Cultura, cargo que exerceu por cinco anos e meio. Com a saída de Gil, assumiu o ministério de julho de 2008 até o final do governo Lula.
 
 O sociólogo Juca Ferreira retorna ao Ministério da Cultura e substituirá a arquiteta Ana Wanzeler. Ferreira ocupava atualmente a secretaria de cultura da cidade de São Paulo. (Fotos de Pedro França e Cesar Ogata)

 

Nota oficial

Confira nota oficial publicada originalmente no site da Presidência da República:
A presidenta Dilma Rousseff anunciou hoje que o sociólogo Juca Ferreira será o novo ministro da Cultura.
A presidenta agradeceu a dedicação da ministra interina Ana Cristina da Cunha Wanzeler.
A posse do novo ministro será no dia 1º de janeiro.
 Fonte:
Assessoria de Comunicação
Ministério da Cultura

  

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Do Maracatu à Roda de Capoeira, um ano de conquistas do patrimônio cultural brasileiro.

"Foi uma das maiores emoções da minha vida", entusiasmou-se Fábio Sotero, presidente da Associação dos Maracatus Nação de Pernambuco (Amanpe), quando soube que o Maracatu Nação recebeu do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) o título de Patrimônio Cultural do Brasil. "Espero que o título traga mais respeito, apoio e reconhecimento para essa manifestação cultural com mais de 200 anos de existência", afirmou.
Com a grande maioria dos grupos concentrada nas comunidades de bairros periféricos da Região Metropolitana do Recife, o Maracatu Nação, também conhecido como Maracatu de Baque Virado, é um conjunto musical percussivo, que sai às ruas para desfiles e apresentações durante o carnaval. "Acredito que, com o título, haverá maior reconhecimento e que será mais fácil fazer requerimentos para o governo. O frevo, quando ganhou título de Patrimônio Imaterial da Humanidade (em 2012), recebeu imenso respeito... Espero que isso também aconteça com o Maracatu", declarou o presidente da Amanpe.
Essa forma de expressão musical não foi a única a conquistar a condição de bem do Patrimônio Cultural do Brasil. Só neste ano, o Iphan registrou 19 bens nessa mesma categoria. Em dezembro, além do Maracatu Nação, o Maracatu Baque Solto e o Cavalo-Marinho, de Pernambuco; a Tava, lugar de referência para o povo Guarani, do Sítio São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul; a Coleção Geyer, no Rio de Janeiro (RJ); o Acervo do Museu de Artes e Ofícios de Belo Horizonte (MG); e o Terreiro Zogbodo Male Bogun Seja, de Cachoeira (BA), passaram a integrar a lista.
Já em setembro de 2014, mereceram o título de Patrimônio Cultural Brasileiro o Carimbó, do Pará; a Igreja São Judas Tadeu em Vargem (SC), como integrante dos chamados Roteiros Nacionais de Imigração; seis fortificações construídas entre os séculos XVII e XX, localizadas nos municípios de Óbido (PA); Rosário (MA); Bonfim (RR), Corumbá e Ladário (MS).
No início do ano, em maio, o Conselho Consultivo do Iphan também aprovou mais registros: o da Produção Tradicional e Práticas Socioculturais Associadas à Cajuína no Piauí e os tombamentos de estabelecimentos das Fazendas Nacionais do Piauí: Fábrica de Laticínios, em Campinas do Piauí, e Estabelecimento Rural São Pedro de Alcântara, em Floriano.

Patrimônio Mundial

Mas o grande destaque de 2014 foi mesmo da Roda de Capoeira. Essa manifestação cultural recebeu, em novembro, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, após votação durante a 9ª sessão do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Imaterial, em Paris.
Na ocasião, a ministra interina da Cultura, Ana Cristina Wanzeler, afirmou que o reconhecimento foi "uma conquista muito importante para a cultura brasileira". Já a presidenta do Iphan, Jurema Machado, presente na sessão do comitê na época, explicou que as políticas de patrimônio imaterial não existem apenas para conferir títulos, mas para que os governos assumam compromissos de preservação de seus bens culturais, materiais e imateriais.
A Roda de Capoeira veio somar-se a mais quatro bens que receberam da Unesco o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade: Samba de Roda no Recôncavo Baiano, Arte Kusiwa – Pintura Corporal e Arte Gráfica Wajãpi (do Amapá), o Frevo (expressão artística do carnaval do Recife, em Pernambuco), Círio de Nossa Senhora de Nazaré (de Belém do Pará).

Fonte: Assessoria de Comunicação do Ministério da Cultura
            Com informações do IPHAN

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Robério Braga fora da SEC é a mudança mais esperada pela classe artística do AM.


                         Robério Braga caminha para 1/4 de século à frente da Secretaria de Cultura do Amazonas.
Robério Braga caminha para 1/4 de século à frente da Secretaria de Cultura do Amazonas. (Foto: Pávulo)

O realinhamento e fusões de secretarias do governo José Melo, estão sendo aguardadas com certa expectativa, mas nada é tão esperado, quanto um provável anúncio de mudança na Secretaria de Cultura do Estado (SEC). Hoje, é quase unanimidade, entre os artistas e gestores da cultura no Amazonas o desejo de ver o secretário Robério Braga fora da gestão da cultura do Estado.
Para muitos, Robério encruou no cargo e já está lá, a mais de 20 anos sem dar oportunidades à cultura regional. A Secretaria virou um departamento da Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural, CNPJ: 13.659.617/0001-65, um apêndice do órgão que financia artistas a juros e correções. A saída de Robério é vista por muitos, como necessária, sob pena de se perpetuar na instituição e, não promover as mudanças necessárias.
Sem mandato no próximo ano, o deputado Tony Medeiros (PSL) foi sugerido pela mídia como candidato capaz de fazer essas mudanças, resgatar a produção artística popular, cabocla, que, assim como ele, anseiam pelo arejamento da cultura do Estado.
Abordado nos corredores da Assembléia Legislativa do Estado (Aleam) nessa segunda feira (15), Tony foi enfático: “o cargo é do governador, eu sou um soldado do processo, posso ajudar em alguns setores da administração, mas esse não é o momento para falar sobre o assunto”. Ele, no entanto, esboçou o que o governador Melo pretende: a popularização da cultura e facilitando o acesso do povo à cultura do Estado.
De acordo com Tony esse é o projeto do governador. Mas na condição de artista, ele também anseia, a classe artística espera pela democratização e o acesso às políticas públicas mais direcionada à cultura popular.
Como artista o deputado garante que vai estar dentro deste movimento, fazer parte dele, porque vê nas intenções do Governador um momento importante para o crescimento e uma oportunidade real de avanços nas políticas públicas e culturais do Amazonas. Independente de quem for o próximo secretário, Tony espera que ele valorize a cultura popular do Estado. Tony acentuou, que existem vários nomes capazes de executar o que o governador tem como meta para a cultura. Um deles, o próprio Tony Medeiros, que já foi secretário de cultura do município em 2005, na gestão do prefeito Serafim Corrêa (PSB).
Numa eventual gestão estadual, ele contaria com muitos colegas artistas que, academicamente, apresentam todos os pré- requisitos necessários para desempenharem funções com competência. “A academia nós respalda com os fundamentos e, a vida nós respalda com a aprendizagem do dia a dia, então, eu sou um artista de fato e direito. De fato porque nasci artista e de direito porque a minha graduação é em arte educador”, explicou.
Tony e dezenas de outros artistas da terra anseiam por um novo momento na cultura do Amazonas e se colocam como coparticipantes desse processo de mudança. Ele promete defender a arte, como artista.

Correio da Amazônia

sábado, 6 de dezembro de 2014

PEC 421 defende descentralização de recursos públicos para a cultura

PEC421

A proposta de emenda constitucional (PEC) nº 421, em tramitação no Congresso Nacional, altera parte do texto da Constituição Federal no que se refere à determinação de aplicação mínima de recursos por parte da União, dos Estados, do Distrito Federal na preservação do patrimônio cultural brasileiro, bem como produção e difusão da cultura nacional.
A PEC de autoria da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) prevê repasse obrigatório na destinação orçamentária de 2% do orçamento federal, 1,5% do orçamento dos estados e do Distrito Federal e 1% do orçamento dos municípios para a cultura. Relatório da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) atribui às normas, cuja implementação gradual implicaria menor resistência por parte do Executivo, o avanço do texto, resultante da participação dos setores sociais e alternativo ao de outras três PECs com fins semelhantes, em tramitação na Câmara dos Deputados.
Leônidas Oliveira
Presidente da FMC, Leônidas Oliveira
Para o presidente da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte (FMC), Leônidas Oliveira, o escalonamento das porcentagens poderá facilitar a aplicação da lei pelas esferas governamentais e impulsionar a desconcentração de recursos. A aprovação da PEC 421 impulsionará a cultura, acredita ele, sobretudo, nos municípios e estados onde a destinação de recursos é mínima ou, até mesmo, inexistente. “Daí a importância fundamental da iniciativa, pois, se aprovada, será o maior fator de descentralização, proteção e fomento da cultura e do patrimônio cultural do país”, enfatiza. “Arrisco dizer que já temos planejamento, sabemos o que queremos, mas faltam recursos, falha gravemente acentuada no interior do país. Em suma, os órgãos públicos devem organizar seus sistemas de cultura, dentro deles já estão as demandas históricas que necessitam ser colocadas em prática. Nesse sentido, a aprovação da PEC garantirá sua efetivação prática”, completa o presidente da FMC.
Na capital mineira, a revisão do planejamento do orçamento – o Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) – reduz investimentos em cultura da ordem de 50%. A estimativa inicial era de R$ 643,6 milhões entre 2015 e 2017, mas, pela nova proposta, deve cair para R$ 292,1 milhões. A maior queda refere-se ao orçamento para 2015 que pode diminuir de R$ 213,6 milhões para R$ 95,9 milhões, com redução de 55%. Mesmo com o cenário crítico, Leônidas Oliveira garante que, uma vez a PEC aprovada, a FMC não terá problemas com a sua implementação: “Obviamente, estamos ainda longe de um cenário ideal, pois acreditamos que a cultura é a que une as outras ações para o desenvolvimento sustentável, é grande responsável pelo crescimento humano, econômico e social. Isso é um trabalho conjunto, participativo para onde todos, a meu ver, devemos caminhar”, pondera.
O diretor executivo da Agência do Polo Audiovisual da Zona da Mata de Minas Gerais, César Piva, avalia que a aprovação e implementação da PEC 421 fará com que o Estado Brasileiro assuma, efetivamente, papel central, republicano e democrático, de descentralização, desconcentração e regionalização de recursos públicos para a cultura em todo o território nacional, o que promoveria a diversidade cultural: “Isso seria efetivar o verbo com a verba, concretizar o discurso com recurso. Fazer ‘o verbo pegar delírio’, como queria nosso poeta Manuel de Barros”.
César Pisa
Diretor executivo da Agência do Polo Audiovisual da Zona da Mata de Minas Gerais, César Piva
diretor executivo da Agência do Polo Audiovisual da Zona da Mata de Minas Gerais,
Piva acredita que a descentralização dos recursos para estados e municípios abre novo momento de responsabilidade e compromisso com a promoção da diversidade cultural brasileira, que deverá associar-se à capacidade de implementação de sistemas municipais, intermunicipais e estaduais de cultura em todo país. A intenção é, assim, “viabilizar um novo e vigoroso momento onde a nossa diversidade cultural possa vir a ser a chave de um novo imaginário coletivo para o Brasil”.
Um dos caminhos para a implementação da PEC, defende, é a formação de uma plataforma política que interaja com a construção de consensos estruturadores, por meio de Conselhos Regionais de Inovação Social e Desenvolvimento Local. Para isso, “esses conselhos deveriam envolver diversos setores – cultura, educação, saúde, transporte, habitação, agricultura, etc. – na implementação de planos municipais e intermunicipais de desenvolvimento”.
O setor precisa superar o “discurso da carência”, ainda segundo Piva. “É legítimo, autêntico, mas limitado, não sai do lugar. Assumir outra postura, protagonista e inovadora, ao entender e valorizar mais as suas potências (não só suas carências) e alinhá-las com as exigências do mundo contemporâneo. Se conseguir fazer isso, não tenho dúvida, será ouvido, respeitado e reconhecido como ator importante e central. Assim como no país, em nosso estado, o desafio seria viabilizar novas práticas de ações regionalizadas, implementadas e conectadas por meio de redes de cooperação e plataformas digitais”.
Fonte: Observatório da Diversidade Cultura

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Folguedos pernambucanos podem se tornar patrimônio cultural

Conselho consultivo vai avaliar registro do Maracatu Nação, do Maracatu Rural e do Cavalo Marinho



Folguedos tipicamente pernambucanos vão ser avaliados, nos dias 3 e 4 de dezembro, 
pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural.
Foto: Reprodução

Brasília - Um espetáculo repleto de simbologias e marcado pela riqueza estética e pela musicalidade. Assim podem ser traduzidas as apresentações de grupos de maracatu e de cavalo-marinho em todo o País.
Folguedos tipicamente pernambucanos vão ser avaliados, nos dias 3 e 4 de dezembro, pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, em Brasília. São eles: Maracatu Nação, do Maracatu Rural e do Cavalo Marinho.
Maracatu Nação
Também conhecido como Maracatu de Baque Virado, com a grande maioria dos grupos concentrada nas comunidades de bairros periféricos da Região Metropolitana de Recife, o Maracatu Nação é uma forma de expressão que apresenta um conjunto musical percussivo a um cortejo real, que sai às ruas para desfiles e apresentações durante o carnaval.
No cortejo estão personagens que acompanham a corte real, como o séquito do rei e da rainha do Maracatu Nação e outras figuras, entre elas as baianas, os orixás, as calungas – bonecas negras confeccionadas com madeira ou pano - consideradas ícone do fundamento religioso e marco identitário dos maracatus nação.
O grande valor do Maracatu Nação está em sua capacidade de comunicar temporalidades, espacialidades, identidades e elementos da cultura brasileira tão diversa.
Os grupos são compostos majoritariamente por negros e negras e carrega elementos essenciais para a memória, a identidade e a formação da população afro-brasileira. É entendido como uma forma de expressão que congrega relações comunitárias, compartilhamento de práticas, memória e fortes vínculos com o sagrado, evidenciadas por meio da relação desses grupos com os xangôs e jurema sagrada. Os maracatus nação ainda podem remontar às antigas coroações de reis e rainhas congo.
Maracatu Rural
O folguedo conhecido por maracatu de baque solto, maracatu de orquestra, maracatu de trombone, maracatu de baque singelo ou Maracatu Rural ocorre durante as comemorações do Carnaval e da Páscoa.
É composto por dança, música, poesia e está associado ao ciclo canavieiro da Zona da Mata Norte de Pernambuco, também apresentações na Região Metropolitana do Recife e outras localidades.
Os mais antigos maracatus foram fundados em engenhos por trabalhadores rurais, trabalhadores do canavial, cortadores de cana-de-açúcar, entre o fim do século XIX e início do XX.
Esta herança imaterial é revelada em gestos, performances, nos pantins de caboclos e dos arreiamás, na dança das baianas, nas loas dos mestres, nas indumentárias vestidas pelos folgazões.
Diferente do maracatu nação, o maracatu rural é um resultado da fusão de manifestações populares.
A singularidade do Maracatu Rural se expressa tanto através da sua musicalidade, um tipo de batuque ou baque solto, como por seus movimentos coreográficos e indumentária dos personagens e pela riqueza de seus versos de improviso.
O aspecto sagrado/religioso/ritualístico é presente no folguedo durante todo o ano, durante os ensaios e sambadas, dando à manifestação a característica de ser o segredo do brinquedo, tão caro a seus detentores.
O Cavalo-Marinho
Uma brincadeira popular envolvendo performances dramáticas, musicais e coreográficas é o que caracteriza o Cavalo-Marinho, apresentado durante o ciclo natalino. Seus brincadores são, em geral, trabalhadores da zona rural, mas também ecoa na região metropolitana de Recife e de João Pessoa (PB), além de vários outros territórios do País.
Durante a apresentação, são representadas as cenas do cotidiano e do mundo do trabalho rural, com variado repertório musical, poesia, rituais, danças, linguagem corporal, personagens mascarados e bichos, como o boi e o cavalo (que dá nome à brincadeira).
No Cavalo-Marinho, constroem-se constantemente novas identidades em cima da tradição. Existem diferentes formas de brincar, o que imprime neste bem cultural uma constante transformação em função do partir do variado diálogo com brincadores.
O valor patrimonial do Cavalo-Marinho reside na sua capacidade de comunicar temporalidades, espacialidades, identidades e elementos da cultura brasileira.
Pautas
A 77ª reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio também analisará registro como Patrimônio Cultural da Tava Miri dos M’bya Guaranis, do Sitio São Miguel das Missões no Rio Grande do Sul. Também poderão ser tombados a Coleção Geyer, do Museu Imperial de Petrópolis (RJ), o Acervo do Museu de Artes e Ofícios de Belo Horizonte (MG) e o Terreiro Zogbodo Male Bogun Seja Unde, de Cachoeira (BA)
Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural
O Conselho, que avalia os processos de tombamento e registro, é formado por especialistas de diversas áreas, como cultura, turismo, arquitetura e arqueologia.
Ao todo, são 23 conselheiros que representam instituições como o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos), a Sociedade de Arqueologia Brasileira (SAB), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Ministério da Educação, o Ministério das Cidades, o Ministério do Turismo, o Instituto Brasileiro dos Museus (Ibram), a Associação Brasileira de Antropologia (ABA) e mais 13 representantes da sociedade civil, com conhecimento nos campos de atuação do Iphan.

Fonte:

domingo, 23 de novembro de 2014

Uma secretaria de Estado que divide opiniões.


O Caderno Plateia do Jornal EmTempo deste domingo estampa a seguinte manchete:
UMA SECRETARIA DE ESTADO QUE DIVIDE OPINIÕES.

Minha opinião é que não podemos negar a importância das obras  e das intervenções que o senhor Robério Braga realizou no âmbito das artes e da cultura de nosso estado. Com seu conhecimento do meio artístico local e com sua visão empreendedora contribuiu e muito para que o nosso Estado fosse incluído no seu merecido lugar no cenário cultural de nosso país. Da mesma forma, entendo que outras áreas como a do Folclore e da Cultura Popular, necessitam urgente de avanço nas políticas públicas novas e mais eficazes. Um olhar mais interiorizado e com participação popular seria o ideal para alcançarmos uma cultura mais vibrante e atuante.


sábado, 22 de novembro de 2014

Iphan reconhece 3 línguas como Referência Cultural Brasileira

Talian, Asurini do Trocará e Guarani Mbya são as primeiras línguas reconhecidas como Referência Cultural Brasileira pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e que agora passam a fazer parte do Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL), conforme dispõe o Decreto 7387/2010.

O Talian é utilizada por uma parte da comunidade de imigração italiana, na Região Sul do Brasil, sobretudo nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. A língua é falada desde que os italianos começaram a chegar ao país, no final do século XIX. Há municípios desses estados nos quais o Talian é língua co-oficial. Ou seja, detém relevância tanto quanto a língua portuguesa.

Asurini do Trocará ou Asurini do Tocantins é a língua falada pelo povo indígena Asurini, que vivem as margens do Rio Tocantins, no município de Tucuruí (PA). A língua pertence à família linguística Tupi-Guarani.

Guarani Mbya é uma das três variedades modernas da Língua Guarani, juntamente com o Nhandeva ou Ava Guarani e o Kaiowa. A língua Guarani Mbya é uma das línguas indígenas faladas no Brasil, ocupando uma grande faixa do litoral que vai do Espírito Santo ao Rio Grande do Sul, além da fronteira entre Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina. Os Guarani representam uma das maiores populações indígenas do Brasil. Estão distribuídos por diversas comunidades. 
Para que uma língua seja reconhecida e passe a fazer parte do Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL) ela precisa ser falada em território nacional há, pelo menos, três gerações, o marco temporal é em torno de 75 anos. O objetivo do Inventário é associar a expressão linguística à sua comunidade de referência e valorizar a expressão enquanto aspecto relevante do patrimônio cultural brasileiro.

Para fazer é solicitação, é necessário que a comunidade encaminhe o pedido de inclusão no INDL para o Iphan. O pedido é analisado por uma comissão técnica formada por representantes dos seguintes ministérios: Ministério da Cultura, Educação, Ciência Tecnologia e Inovação, Justiça e Planejamento. Se esses representantes decidirem pelo reconhecimento, o processo segue para a sanção da Ministra da Cultura. 

Fonte:

Iphan

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Roda de Capoeira deverá receber da Unesco o título de patrimônio cultural da humanidade

No próximo dia 26, o Brasil inteiro e mais de uma centena de outros países onde se pratica a capoeira poderão ter motivo para festa.  É que a manifestação cultural afro-brasileira chamada oficialmente "Roda de Capoeira" deverá receber da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
A capoeira é um dos símbolos do Brasil reconhecidos pelo mundo. A prática cultural afro-brasileira multifacetada e multidimensional que é, ao mesmo tempo, luta, dança, esporte e arte, terá avaliada sua inscrição como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade durante a 9ª Sessão do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda, que acontece de 24 a 28 de novembro, na sede da Unesco, em Paris.
Na delegação que representa o Brasil estão a presidenta do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Jurema Machado, e a Diretora do Departamento do Patrimônio Imaterial (DPI-Iphan), Célia Corsino, seguras de que, dada a excelente avaliação técnica do dossiê apresentado à Unesco, no dia 26, a Roda de Capoeira se juntará ao Samba de Roda do Recôncavo Baiano (BA), à Arte Kusiwa- Pintura Corporal (AP), ao Frevo (PE), e ao Círio de Nazaré (PA), já reconhecidos como patrimônio cultural imaterial da humanidade.
Segundo a presidenta do Iphan, a inscrição da roda de Capoeira na lista representativa promoverá o aumento de sua visibilidade desse, mas também de outros bens culturais relacionados aos movimentos de luta contra a opressão, sobretudo aqueles pertencentes às comunidades afrodescendentes. "A roda de capoeira expressa a história de resistência negra no Brasil, durante e após a escravidão. Seu reconhecimento como patrimônio demarca a conscientização sobre o valor da herança cultural africana, que, no passado, foi reprimida e discriminada", conclui Jurema Machado.
Originada no século XVII, em pleno período escravista, desenvolveu-se como forma de sociabilidade e solidariedade entre os africanos escravizados, estratégia para lidarem com o controle e a violência. Hoje, é um dos maiores símbolos da identidade brasileira e está presente em todo território nacional, além de praticada em mais de 160 países, em todos os continentes. A Roda de Capoeira e o Ofício dos Mestres de Capoeira foram reconhecidos como patrimônio cultural brasileiro pelo Iphan em 2008, e estão inscritos no Livro de Registro das Formas de Expressão e no Livro de Registro dos Saberes, respectivamente.
 A Roda
Profundamente ritualizado, o espaço da Roda reúne cantos e gestos que expressam uma visão de mundo, uma hierarquia, um código de ética, e revelam companheirismo e solidariedade. É na roda de capoeira que se formam e se consagram os grandes mestres, se transmitem e se reiteram práticas e valores tradicionais afro-brasileiros. Forma redes de sociabilidade, gera identidades comuns e laços de cooperação entre seus integrantes. É o lugar de socialização de conhecimentos e práticas; de aprender e aplicar saberes, testar limites e invenções, reverenciar os mais velhos e improvisar novos cantos e movimentos.
Metaforicamente representa a roda do mundo, a roda da vida, onde há lugar para o inesperado, onde ora se ganha ora se perde. A roda também tem a função de difundir os símbolos e valores relacionados à diáspora africana no território brasileiro. Leva a mensagem de resistência sobre o sistema escravagista.
Fonte: Assessorias de Comunicação 
Ministério da Cultura e Iphan



domingo, 16 de novembro de 2014

FESTA DEMOCRÁTICA EM VERDE E BRANCO

No dia dedicado a República do Brasil, o Boi Bumbá Garanhão festeja sua democracia e elege nova Diretoria para o triênio 2015-2017



Há 23 anos que sempre foi assim, a diretoria é eleita em Assembleia Geral em voto nominal, aberto, direto e sua contagem é imediata. Nesse ano apenas uma chapa foi inscrita demonstrando a necessidade de manter a unidade pelo amor e bem do Boi Garanhão, encabeçada pelo competente Ivo Morais.
Nesta reunião foi possível a oportunidade de rever velhos guerreiros como o Tapioca e Isaac Freitas que se fizeram presentes e chegaram a ser eleitos como membros do Conselho Fiscal.
A Assembleia Geral iniciou-se as 16h00 e se se prolongou até à noite onde todos os presentes, um a um, em festa declarou seu voto: SIM ou NÃO. No final obteve-se o resultado: 55 votos SIM e apenas 2 abstenções, renovando 40% dos diretores em relação a diretoria antiga, onde pela segunda vez na história da Associação tem uma mulher na vice presidência e acomodou-se outros em diretorias estratégicas como a Diretoria de Artes e Diretoria de Promoções e Eventos, tendo os senhores Nonato Torres e Rivaldo Pereira, respectivamente


A Diretoria ficou assim definida:
Presidente: Ivo Morais de Oliveira
Vice Presidente: Adelacy Gomes Lima
Secretário Geral: Ary Vasconcelos de Souza
1ª Secretária: Lucelina de Albuquerque Lima
Tesoureiro-Geral: José Maria Guedes de Souza
1º Tesoureiro: Raimundo Dias da Silva
Diretora de Relações Públicas: Altelia Ribeiro da Silva
Diretor Social: Wanderlan Marques da Silva
Diretor de Patrimônio: Marcelo Bezerra de Oliveira
Diretor de Promoções e Eventos: Rivaldo Pereira de Jesus
Diretor de Artes: Raimundo Nonato Negrão Torres
Suplentes:
Nicolle Tayane Prado dos Santos
Ricardo de Figueiredo Fernandes

Fotos: Fernando Torres


Artistas criticam concorrência ‘desleal’ na disputa por recursos públicos como Lei Rouanet

Desconhecidos ou de arte popular, artistas “pequenos” disputam com grandes nomes da cultura o investimento de empresas. Eles reclamam da falta de um mecanismo legal que impeça uma concorrência desleal.

Apesar de ser a terceira vez do grupo em Manaus, é a primeira no Teatro AM

Lei Rouanet instituiu incentivos fiscais para empresas que investirem em projetos artísticos (Divulgação)

A batalha diária dos artistas para conseguir espaço não é algo novo no Brasil, tampouco a sua reconhecida qualidade. Mesmo com a ajuda do governo, no entanto, muitos ainda patinam no meio da burocracia para conseguir viver da arte.
A Lei 8.313, conhecida como Lei Rouanet, que instituiu incentivos fiscais para empresas que investirem em projetos artísticos, funciona melhor com nomes consagrados.
Conforme a lei, a empresa que patrocinar o projeto – aprovado previamente pelo Ministério da Cultura (MinC) – de um artista pode deduzir o valor investido do Imposto de Renda, até o limite de 4%.
Muitos artistas procuram financiamento com base na lei e conseguem a aprovação de seus projetos. A etapa mais difícil, no entanto, está na captação dos recursos.
Artistas desconhecidos e grupos de arte popular disputam com nomes já consagrados o investimento das empresas e reclamam da falta de um mecanismo legal que impeça uma concorrência considerada por eles desleal.
A crítica dos artistas não é nova. Houve um debate sobre o tema no setor há cerca de cinco anos, mas nada mudou.
O músico brasiliense Alex Lima passou o ano de 2014 planejando a gravação de um CD e de um videoclipe. Pagou R$ 2 mil pelos serviços de uma empresa especializada apenas na preparação de projetos e conseguiu a aprovação pela Lei Rouanet.
“Foi nesse ponto que eu esbarrei em outra brecha negativa do sistema. As empresas que desenvolvem, aprovam e depois captam os recursos são mais caras ainda. As mais baratas apenas dão entrada e devolvem o projeto aprovado, e o artista se vira com a captação”, explicou.
Todos os projetos, no entanto, têm um prazo para que se capte o recurso. O prazo de Lima está próximo de se esgotar, faltando menos de dois meses.
Coordenador de um grupo de percussão em Minas Gerais, o músico Daniel Melão procurou na Lei Rouanet uma forma de financiar seu projeto, no qual ensina maracatu gratuitamente em Belo Horizonte. Mesmo pedindo uma verba considerada pequena, cerca de R$ 70 mil, não conseguiu o dinheiro.
“Cheguei à conclusão de que, para esse tipo de projeto, pela Lei Rouanet, eu estava tentando no lugar errado. Não é de interesse dessas grandes empresas, potenciais patrocinadoras, vincular o nome a uma proposta que não é um megaprojeto”, considerou Melão.
Envolvido em projetos pessoais e de instituições culturais, ele decidiu não tentar viabilizar mais projetos por meio da Lei Rouanet. “No formato atual, é impossível o artista fazer essa correria burocrática para conseguir verba e ser artista ao mesmo tempo”, disse.
Melão pondera: “Eu estudo todos os dias, dou aulas todos os dias, e se eu tiver que parar para correr atrás de burocracia e bater à porta de empresas, a última coisa que vou ser é um artista. Vou estagnar a minha arte e virar um gestor de projeto cultural”.
Ricardo Trento é presidente da organização não governamental paranaense Unicultura, que auxilia artistas na captação de recursos. Para ele, o que precisa mudar não é a lei, mas sim a forma de os artistas venderem seus projetos às empresas. Trento acredita que o artista precisa encarar seu projeto cultural como uma pequena empresa, para que possa obter os recursos e se preocupar apenas com sua arte.
“Eu não posso chegar lá com cara de que carrego o piano, apesar de carregar o piano. A gente trabalha com artistas desconhecidos e consegue fazer captação de recursos porque apresentamos para o patrocinador um projeto que tenha aderência, que fale a mesma linguagem que a empresa quer ouvir”.
Trento acredita que o artista não pode tratar a empresa como alguém que vá fazer um favor. Conseguir o recurso passa pela apresentação de um projeto que também seja interessante para a empresa. Ele reconhece, no entanto, que muitas empresas ainda não estão preparadas para analisar projetos e decidir em quem investir.
Pode faltar interesse das empresas ou até mesmo projetos que atraiam o interesse do mercado, mas o que não há é falta de projetos autorizados. O problema é concretizá-los.
De acordo com levantamento divulgado anualmente pela Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura, do MinC, mesmo os artistas que chegam a conseguir algum recurso, captam menos do que o valor autorizado pelo ministério.
Durante o ano de 2013, os projetos que conseguiram captação de verbas tinham autorização para chegar a R$ 4,3 bilhões. Desse valor, porém, apenas R$ 1,2 bilhão chegou a esses artistas.
Procurado pela reportagem, o MinC informou à Agência Brasil que existe um projeto de lei em tramitação no Congresso Nacional para reformar a Lei Rouanet, mas não explicou como as propostas do novo texto podem resolver a queixa dos jovens artistas.

Fonte: MARCELO BRANDÃO (AGÊNCIA BRASIL) - Brasília (DF), 11 de Novembro de 2014

 

 

sábado, 15 de novembro de 2014

Patrimônio Cultural Imaterial

"Patrimônio é tudo o que criamos, valorizamos e queremos preservar: são os monumentos e obras de arte, e também as festas, músicas e danças, os folguedos e as comidas, os saberes, fazeres e falares. Tudo enfim que produzimos com as mãos, as idéias e a fantasia". (Cecília Londres)

Vamos discutir, a partir dessa mensagem, a necessidade de tornar o Festival Folclórico do Amazonas Patrimônio Cultural do Amazonas. Sabemos que ao propormos práticas e estratégias para a salvaguarda de bens culturais de natureza imaterial, enfrentamos o desafio de trabalhar na perspectiva de reconhecimento e valorização das diversidades e dinâmicas referências culturais de diferentes grupos formadores da sociedade brasileira.

Pretendemos a partir daqui, divulgar as diretrizes e instrumentos que norteiam e tornam possíveis as atividades de identificação, registro e salvaguarda do patrimônio imaterial de nossa cidade. Todos nós temos que ter a preocupação e perceber a importância da contribuição de cada um de nós, por meio da criatividade e do diálogo permanente, para o aperfeiçoamento dessas estratégias e isntrumentos de salvaguarda e sua adequação aos contextos específicos de cada bem cultural.

Companheiros folcloristas, é possível, só depende de nós essa idéia se tornar realidade.

FESTIVAL FOLCLÓRICO DO AMAZONAS rumo ao Patrimônio Cultural Imaterial.

domingo, 2 de novembro de 2014

MinC realiza Fórum de Incentivo à Cultura em Manaus

 
 
Fonte: 
Assessoria de Comunicação
Ministério da Cultura
 
O Ministério da Cultura (MinC), em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura do Amazonas e a Universidade Estadual do Amazonas, realiza o III Fórum de Incentivo à Cultura – etapa Manaus (AM), no próximo dia 5 de novembro, no Centro Cultural Palácio Rio Negro. 
 
O evento oferece a oportunidade aos fazedores de cultura para a troca de experiências com seus pares e com os integrantes da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), órgão colegiado do ministério que analisa pareceres e subsidia a aprovação de projetos aptos a captar recursos via incentivo fiscal com base na Lei Rouanet.
 
Na ocasião, os participantes poderão obter orientações com o corpo técnico do MinC sobre possíveis dúvidas com relação à inscrição, acompanhamento e execução de projetos, além de questões referentes à prestação de contas e cumprimento do objeto das propostas. 
Representantes de entidades vinculadas ao ministério como a Fundação Nacional de Artes (Funarte), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Fundação Biblioteca Nacional, Fundação Cultural Palmares e Agência Nacional do Cinema (Ancine) também prestarão consultorias.
 
Além da participação no fórum, os integrantes da CNIC se reúnem entre os dias 4 e 6 de novembro para analisar e julgar as propostas de projetos culturais que buscam a liberação do ministério para captação de recursos via Lei Rouanet.  
 
  • Local: Centro Cultural Palácio Rio Negro
  • Endereço: - Avenida 7 de setembro, 1546, Centro, Manaus (AM)
    Horário: Das 13h às 20h

Programação

  • 13:00 às 14:00 – Cadastramento dos inscritos, no Salão Rio Solimões
  • 14:00 às 14:15 – Apresentações artísticas 
  • 14:15 às 14:30 – Abertura oficial, no Salão Rio Solimões
  • 14:30 às 15:00 – Palestra sobre o Vale Cultura e números do Incentivo Fiscal com o Secretário de Fomento e Incentivo à Cultura 
  • 15:00 às 15:10 – Orientações sobre o funcionamento do Fórum e divisão dos grupos.
  • 15:10 às 17:10 – Encontro setorial da CNIC e produtores culturais locais:
    • Sala 1 – Artes Cênicas, Artes Visuais e Artes Integradas 
    • Sala 2 – Patrimônio Cultural e Museológico
    • Sala 3 – Humanidades 
    • Sala 4 – Música 
    • Sala 5 – Audiovisual 
  • 17:10 às 17:30 – Coffee-break 
  • 17:30 às 20:00 – Bancas Técnicas
    • I - Banca Técnica do SALIC  -  Orientações e consultas sobre o sistema SALIC e o escritório virtual 
    • II - Banca Técnica da SEFIC  -  Orientações e consultas sobre projetos de artes cênicas, artes visuais, artes integradas, patrimônio cultural, humanidades e música 
      • Mesa 1 – apresentação de propostas e aprovação de projetos;
      • Mesa 2 – projetos em execução; 
      • Mesa 3 – prestação de contas de projetos.
    • III - Banca Técnica do Audiovisual -  Orientações e consultas sobre projetos de audiovisual, com técnicos da Secretaria do Audiovisual e Ancine. 
  • 20:00 – Encerramento 

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

BOI MANAUS 2014 TERÁ FESTA NA ARENA DA AMAZÔNIA

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A tradicional festa que celebra o aniversário da capital amazonense desde 1997, o Boi Manaus, terá um novo conceito este ano. A 18ª edição do evento ocorrerá em três dias – sendo um a cada semana, em outubro – em três diferentes pontos da cidade. O encerramento será na Arena da Amazônia – local que recebeu oito seleções durante a Copa do Mundo, shows nacionais e, agora, será palco para a valorização dos artistas locais. A programação será promovida pela Prefeitura de Manaus, por meio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult).

Mais de 40 artistas estarão na programação montada pela prefeitura para celebrar os 345 anos da cidade. A primeira delas será no dia 11 de outubro, no sambódromo, palco oficial do evento, ao som das toadas de Boi-Bumbá. No dia 18, o evento será na Avenida Itaúba, zona Leste, com apresentações em trios elétricos. No dia 23 de outubro, véspera do aniversário de Manaus, a festa será na Arena da Amazônia.

“Levar o Boi Manaus à Arena é dar oportunidade para que os artistas locais possam se apresentar em um dos palcos mais visados nesse momento. Além disso, queremos fortalecer a tradição do evento e a cultural local, nosso folclore”, declarou o diretor-presidente da Manauscult, Bernardo Monteiro de Paula.

Pela primeira vez, o Boi Manaus receberá os bumbás de Parintins: Garantido e Caprichoso. Desde sua primeira edição, o evento contava apenas com apresentações dos artistas representantes dos bois vermelho e azul, além dos bumbás da capital: Brilhante, Corre Campo e Garanhão.

Segundo Monteiro de Paula, o novo formato do evento foi decidido junto à sociedade civil. “A fundação fez uma proposta e a colocou em discussão em meio aos representantes dos bois-bumbás, que também fazem o evento. O conceito desta edição foi feito de forma colaborativa, com compartilhamento de ideias até chegarmos a uma decisão unânime, visando melhorarias ao evento, de acordo com as necessidades encontradas”, destacou.

Feirinha do Tururi
A Feira do Tururi, onde há a venda das camisas oficiais do evento, será de 6 a 19 de outubro, a partir das 19h, na área externa da Arena da Amazônia. Além do Boi Manaus, a Manauscult está preparando uma série de atividades artístico-culturais para a celebração do aniversário da cidade. A ideia é oferecer opções de programação em todas as zonas. Confira as datas, locais e horário do Boi Manaus.

BOI MANAUS 2014
11 de outubro - 19h - Sambódromo
18 de outubro - 19h - Av. Itaúba (Jorge Teixeira)
23 de outubro - 19h - Arena da Amazônia

 Fonte: Manauscult


sexta-feira, 18 de abril de 2014

O porque da necessidade de tornar nosso folclore Patrimônio Cultural.

Nós, amantes e guardiões do folclore de Manaus devemos manter firme nosso objetivo.

Apresentação de Dança Folclórica (quadrilha) no festival de maior diversidade do norte do Brasil, o Festival Folclórico do Amazonas. Foto: Nonato Torres
 
O que estamos reivindicando?
O Patrimônio Cultural Intangível ou Imaterial compreende as expressões de vida e tradições que comunidades, grupos e indivíduos em todas as partes do mundo recebem de seus ancestrais e passam seus conhecimentos a seus descendentes.

Apesar de tentar manter um senso de identidade e continuidade, este patrimônio é particularmente vulnerável uma vez que está em constante mutação e multiplicação de seus portadores. Por esta razão, a comunidade internacional adotou a Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Intangível em 2003.
É amplamente reconhecida a importância de promover e proteger a memória e as manifestações culturais representadas, em todo o mundo, por monumentos, sítios históricos e paisagens culturais. Mas não só de aspectos físicos se constitui a cultura de um povo. Há muito mais, contido nas tradições, no folclore, nos saberes, nas línguas, nas festas e em diversos outros aspectos e manifestações, transmitidos oral ou gestualmente, recriados coletivamente e modificados ao longo do tempo. A essa porção intangível da herança cultural dos povos, dá-se o nome de patrimônio cultural imaterial.
Para muitas pessoas, especialmente as minorias étnicas e os povos indígenas, o patrimônio imaterial é uma fonte de identidade e carrega a sua própria história. A filosofia, os valores e formas de pensar refletidos nas línguas, tradições orais e diversas manifestações culturais constituem o fundamento da vida comunitária. Num mundo de crescentes interações globais, a revitalização de culturas tradicionais e populares assegura a sobrevivência da diversidade de culturas dentro de cada comunidade, contribuindo para o alcance de um mundo plural.
Ciente da importância dessa forma de patrimônio e da complexidade envolvida na definição dos seus limites e de sua proteção, a UNESCO vem, nos últimos vinte anos, se esforçando para criar e consolidar instrumentos e mecanismos que conduzam ao seu reconhecimento e defesa. Em 1989, a Organização estabeleceu a Recomendação sobre a Salvaguarda da Cultura Tradicional e Popular e vem, desde então, estimulando a sua aplicação ao redor do mundo. Esse instrumento legal fornece elementos para a identificação, a preservação e a continuidade dessa forma de patrimônio, assim como de sua disseminação.
De modo a estimular os governos, ONGs e as próprias comunidades locais a reconhecer, valorizar, identificar e preservar o seu patrimônio intangível, a UNESCO criou um título internacional, concedido a destacados espaços (locais onde são regularmente produzidas expressões culturais) e manifestações da cultura tradicional e popular. Assim, em 2003 e 2005, a Proclamação das Obras-Primas do Patrimônio Oral e Intangível da Humanidade selecionou, por meio de um júri internacional, espaços e expressões de excepcional importância, dentre candidaturas oferecidas pelos países.
Além das gravações, registros e arquivos, a UNESCO considera que uma das formas mais eficazes de preservar o patrimônio intangível é garantir que os portadores desse patrimônio possam continuar produzindo-o e transmitindo-o. Assim, a Organização estimula os países a criarem um sistema permanente de identificação de pessoas (artistas, artesãos etc.) que encarnam, no grau máximo, as habilidades e técnicas necessárias para a manifestação de certos aspectos da vida cultural de um povo e a manutenção de seu patrimônio cultural material.
Finalmente, em 2003, após uma série de esforços, que incluíram estudos técnicos e discussões internacionais com especialistas, juristas e membros dos governos, a UNESCO adotou a Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial. Essa convenção regula o tema do patrimônio cultural imaterial e, assim, complementa a Convenção do Patrimônio Mundial, de 1972, que cuida dos bens tangíveis, de modo a contemplar toda a herança cultural da humanidade.

Fonte:

sábado, 12 de abril de 2014

Festival Folclórico do Amazonas pode ser reconhecido como patrimônio cultural de natureza imaterial


Na última quinta-feira, 10, reunidos na quadra do GRES Andanças de Ciganos, os representantes de mais de 500 agremiações folclóricas anunciaram que estão realizando um abaixo-assinado para enviar ao governador José Melo, ao prefeito Artur Neto, ao presidente da ALE, deputado Josué Neto, e ao presidente da CMM, vereador Bosco Saraiva, solicitando que o Festival Folclórico do Amazonas seja reconhecido como patrimônio cultural de natureza imaterial do Amazonas e de Manaus.
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Os grupos folclóricos de Manaus reúnem mais de 80 mil pessoas. Nos diversos municípios amazonense existem mais de 3 mil grupos folclóricos, totalizando quase 200 mil pessoas envolvidas diretamente com essas manifestações culturais.
A exemplo de Manaus, os grupos folclóricos dos municípios também se ressentem de um maior apoio e incentivo dos órgãos públicos.
A ideia dos grupos de Manaus é que essa iniciativa seja replicada em cada município, como forma de valorizar e preservar a nossa autêntica cultura popular.

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Participaram da reunião, como representantes da classe política, o deputado Adjunto Afonso, o secretário municipal de Cultura, Bernardo Monteiro de Paula, e os vereadores Arlindo Jr., Rosivaldo Cordovil, Ednailson Rozenha e Terezinha Ruiz.
Os representantes das agremiações folclóricas não mediram palavras para denunciar o descaso com que vem sendo tratado o cinquentenário festival (que terá sua 58ª edição este ano), chegando ao cúmulo de, no ano passado, ter sido realizado em agosto. E apontaram o nome do principal culpado pelo atual estado de coisas: o matusalém secretário estadual de Cultura, Robério Braga, há 18 anos no cargo.
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“Esse cidadão [Robério Braga] não gosta de cultura popular. Ele quase acabou com o carnaval amazonense. Agora, ele está quase acabando com o Festival Folclórico do Amazonas”, avisou Ivo Moraes, sendo delirantemente aplaudido pela multidão presente no evento. “Ele gasta verdadeiras fortunas com festivais de ópera, cinema e jazz, mas tem um verdadeiro desprezo pelas nossas raízes culturais. Apesar de estar investido em um cargo público, esse cidadão {Robério Braga] se comporta como um senhor do engenho que quer manter os artistas locais confinados na senzala.”
O discurso de Ivo Moraes foi interrompido pelos gritos de “Fora, Robério! Fora, Robério!” entoado incessantemente pela multidão. Os representantes políticos não esconderam o constrangimento por aquela manifestação espontânea de quase 600 pessoas presentes na quadra dos Ciganos.
Durante seu discurso, Adelson Cavalcante, o “Adelson da Ciranda”, anunciou a presença na plateia do incansável Zé de Cima, que há 50 anos participa do Festival Folclórico do Amazonas e é considerado uma lenda viva entre os folcloristas. “Esse homem [Zé de Cima] merece respeito. Ele não pode ser tratado como um mendigo pedindo para apanhar as migalhas que caem no chão da mesa dos poderosos”, detonou, sendo bastante aplaudido.
Além do reconhecimento do Festival Folclórico do Amazonas como patrimônio cultural de natureza imaterial, Adelson quer que seja construída a Cidade do Folclore, com local fixo para apresentação dos grupos, galpões para confecção de fantasias e adereços, e um museu sobre o folclore do Amazonas permanente aberto para a visitação pública.
Histórico do Festival
O Festival Folclórico do Amazonas teve seu início em 21 de junho de 1957, no Campo do Quartel 27 B.C., Estádio General Osório, no centro histórico de Manaus, por iniciativa do jornalista Bianor Garcia.
Desde o início, o festival reuniu diversas danças folclóricas de bairros de Manaus, contribuindo para difundir a cultura popular do Amazonas, por meio dos bumbás Mina de Ouro, Corre Campo e Tira Prosa e pelas apresentações de cirandas, danças nordestinas, quadrilhas, danças regionais e tribos.
Até a década de 70, o festival era apresentado local hoje ocupado pelo Colégio Militar. Com a construção do colégio, em 1979, as organizações dos eventos procuraram um novo espaço para abrigar a festa. O festival passou a ser apresentado em diferentes lugares: Parque Amazonense, Estádio da Colina, Estádio Vivaldo Lima (Vivaldão).
Em 1979, com a fundação da Associação dos Grupos Folclóricos do Amazonas (AGFAM), com o presidente fundador Carlos Magno Duarte de Souza, a festa foi levada para a Praça Francisco Pereira da Silva, “Bola da Suframa”, com apoio da Secretaria de Estado de Cultura.
O novo local agradou a todos, pois possibilitou a manutenção das características originais do evento: a de um grande arraial, com barracas, parque de diversão e muitas outras atrações.
Depois disso, com a construção do Sambódromo, o festival ainda passou a ser realizado no local, na área denominada ferradura.  O evento voltou a ser apresentado na Bola da Suframa até que o governo de Amazonino Mendes optou por construir no local o Memorial da Amazônia. Na época da construção, o festival voltou a ser apresentado no Sambódromo.
Em 2003, no governo de Eduardo Braga, o Memorial da Amazônia foi adaptado e passou a receber o nome de Centro Cultural Povos da Amazônia. O Centro Cultural é dotado de uma grande arena medindo 60×90 m, arquibancadas para um público de 15 mil pessoas, banheiros amplos e fixos e a praça de alimentação.  O festival passou a ser apresentado na arena.
Patrimônio cultural
A Constituição Federal de 1988, em seus artigos 215 e 216, ampliou a noção de patrimônio cultural ao reconhecer a existência de bens culturais de natureza material e imaterial e, também, ao estabelece r outras formas de preservação – como o Registro e o Inventário – além do Tombamento, instituído pelo Decreto-Lei nº. 25, de 30/11/1937, que é adequado, principalmente, à proteção de edificações, paisagens e conjuntos históricos urbanos.
Os Bens Culturais de Natureza Imaterial dizem respeito àquelas práticas e domínios da vida social que se manifestam em saberes, ofícios e modos de fazer; celebrações; formas de expressão cênicas, plásticas, musicais ou lúdicas; e nos lugares (como mercados, feiras e santuários que abrigam práticas culturais coletivas).
Nesses artigos da Constituição, reconhece-se a inclusão, no patrimônio a ser preservado pelo Estado em parceria com a sociedade, dos bens culturais que sejam referências dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira.
O Patrimônio Cultural Imaterial é transmitido de geração a geração, constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função de seu ambiente, de sua interação com a natureza e de sua história, gerando um sentimento de identidade e continuidade, contribuindo para promover o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana.
É apropriado por indivíduos e grupos sociais como importantes elementos de sua identidade, mas isso o longevo secretário estadual de Cultura ainda não sabe…//(Simão Pessoa)

Fonte: Por -